Sob influência do imperialismo, a esquerda brasileira passou dos históricos programas de desenvolvimento nacional para a defesa do meio ambiente a qualquer custo. É o caso do MRT (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores) que, reagiu às declarações de Lula sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, dizendo que a atividade terá como resultado “enormes impactos ambientais”.
Lula afirmou para o presidente do Senado Federal Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) que pretende liberar a exploração do petróleo na região, localizada em alto-mar, há 500 km da foz do Rio Amazonas e que tem enorme potencial de exploração petrolífera, e, consequentemente, de desenvolvimento nacional.
Diante das imposições das organizações não governamentais imperialistas, o próprio Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) já havia negado a autorização para explorar o petróleo da região, isso ainda em 2023.
O presidente afirmou que “nós queremos o petróleo e precisamos fazer um acordo que dê solução. Precisamos ter garantias de que não vamos detonar nada [da natureza], nenhuma árvore”, o que é plenamente possível, bastaria, somente, um plano minimamente racional de reorganização social da região.
Segundo o MRT, “essa decisão do governo ataca o meio ambiente e os povos da Amazônia, no entanto, não é novidade que a política externa e interna do governo, camufladas por um ‘discurso verde’, há tempos corrobora com a exploração da maior floresta tropical do mundo”.
O problema é que o “discurso verde” é justamente a política imperialista, de impedir o desenvolvimento nacional sob o pretexto de proteção ao meio ambiente. O curioso é que o MRT nem precisava fazer esse esforço ambienta, pois existem mais de 430 ONGs que, no Brasil, afirmam defender o meio ambiente.
A segunda organização mais beneficiada pela Open Society no Brasil em 2023 foi o Instituto Clima e Sociedade (iCS). A entidade obteve modestos US$1,7 milhão (R$8,5 milhões) em 2023. Ou seja, pelo menos recebeu um caminhão de dólares para fazer o que o MRT está fazendo de graça.
Recentemente, o órgão russo Russia Today (RT) publicou uma matéria mostrando que a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) ligadas principalmente ao bilionário George Soros, estão se prestando ao trabalho de desestabilizar governos pelo mundo.
A esquerda ambiental do MRT afirma, ainda, que “agora com Trump no cenário mundial, o avanço da catástrofe capitalista sobre o planeta, tão característica dos Estados imperialistas, é ainda mais iminente”. Nem a ONG mais bem paga por Soros conseguiria uma conclusão mais cinematográfica que esta.
Vejamos mais: “a maneira de dar uma resposta à negociação do futuro do planeta e dos direitos ambientais do país é lutando por uma alternativa anticapitalista que não dependa dos lucros do empresariado e dos acionistas sobre o meio ambiente nem negocie as pautas climáticas com as potências imperialistas e seus interesses”.
A alternativa anticapitalista são as ONGs. O texto do MRT parece, tirando a verborragia esquerdistas, um texto de uma ONG ambiental que ameaça com o apocalipse caso a Amazônia seja tocada, isso quando as potências imperialistas já exploraram quase tudo que lhes cabia, dentro e fora de seus países.
Como resultado da política “anticapitalista” sobrou a demagogia sindical. O MRT afirma que “por isso defendemos uma luta por uma Petrobrás 100% estatal, sob controle dos trabalhadores e da população, que esteja a serviço dos interesses da classe trabalhadora e não da ganância capitalista”.
Mas não se está debatendo o controle da Petrobrás. O debate é se o Brasil deve ou não explorar a Margem Equatorial brasileira. A demagogia sindical serve para encobrir a política verde imperialista.
Também por isso aparece este outro parágrafo no texto: “atualmente o Sindipetro-RJ (Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro) vem realizando uma forte luta contra o teletrabalho e por escalas iguais entre efetivos e terceirizados. O apoio a essas lutas em curso é fundamental para a batalha por uma Petrobrás 100% estatal e auto-organizada desde as bases, e que responda à altura do desmatamento e da exploração da natureza que atende os interesses dos grandes capitalistas”.
O petroleiro quer melhores salários e emprego. 100% da reestatização da empresa (Petrobrás) deve ser uma das principais políticas dos petroleiros, e a exploração do petróleo para desenvolvimento do Brasil também deve ser uma reivindicação.
O raciocínio oposto, ou seja, do Movimento “Verde” Revolucionário dos Trabalhadores, leva ao inevitável estrangulamento do desenvolvimento nacional. Ao extremo, a política ongueira do MRT e de George Soros leva ao fim da própria Petrobrás e de seus postos de trabalho.