Nesta quinta-feira (04), teve o início “Tribunal de Gaza”, um tribunal que tem o objetivo de “examinar o papel da Grã-Bretanha nos crimes de guerra perpetrados em Gaza”, conforme consta em seu portal online, acrescentando que “ouvindo especialistas e testemunhas, o tribunal estabelecerá a escala total da cumplicidade do nosso governo no genocídio contra o povo palestino”.
A iniciativa partiu de Jeremy Corbyn, parlamentar independente na Casa dos Comuns do Reino Unido que está liderando a formação de um novo partido de esquerda no Reino Unido, antissionista e com tendências antiimperialistas. O novo partido é criado oposição ao Partido Trabalhista britânico, do qual Corbyn foi expulso em 2024.
Corbyn introduziu uma proposta de lei no dia 4 de junho último “solicitando ao governo que estabelecesse uma investigação independente sobre o envolvimento do Reino Unido nas operações militares israelenses em Gaza, incluindo o fornecimento de armas, aeronaves de vigilância e uso de bases da Força Aérea Real”, segundo informado no portal do Tribunal de Gaz
Diante da rejeição por parte do governo, a iniciativa foi tomada para realizar o tribunal: “Descobriremos a verdade e faremos justiça ao povo palestino”, consta do portal.
Em declaração, Jeremy Corbyn afirmou que “assim como o Iraque, o governo está fazendo tudo o que pode para se proteger do escrutínio. Assim como o Iraque, não terá sucesso em suas tentativas de sufocar a verdade. Descobriremos toda a extensão da cumplicidade britânica no genocídio – e faremos justiça ao povo da Palestina.”
O portal informa também que “o Tribunal ouvirá testemunhas especialistas, incluindo palestinos em Gaza, jornalistas que cobriram o conflito, profissionais de saúde e ajuda humanitária que trabalharam na Palestina, bem como especialistas jurídicos e funcionários da ONU que têm conhecimento íntimo da situação”.
Dentre as pessoas que serão ouvidas, está Francesca Albanese, Relatora Especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, que, por suas denúncias feitas contra o genocídio perpetrado por “Israel”, foi sancionada pelo governo Donald Trump.
Saudando o tribunal como uma etapa vital em direção à responsabilização da Grã-Bretanha por sua participação no genocídio, Albanese afirmou que “longe de impedir o genocídio em Gaza, o Reino Unido continuou a abastecer “Israel”, violando suas obrigações com o direito internacional… Estamos falando aqui de responsabilidade por cumplicidade com crimes internacionais”.
Além de Albanese, será ouvido Mark Smith, ex-funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, que renunciou em protesto contra as vendas de armas para “Israel”, bem como outras pessoas
O Tribunal será presidido por Jeremy Corbyn, deputado independente e ex-líder do Partido Trabalhista; Neve Gordon, Professora de Direito dos Direitos Humanos da Universidade Queen Mary; e Shahd Hammouri, Professor de Direito Internacional da Universidade de Kent”.
Programado para finalizar na sexta-feira (5), todas as provas e depoimentos apresentados durante o tribunal serão disponibilizados publicamente, garantindo transparência, conforme informado por Corbyn.




