Internação de Jair Bolsonaro

Esquerda inventa o ‘crime’ de ser internado no hospital

Defender a ideia de Bolsonaro sair do hospital para a prisão é mais uma enorme arbitrariedade

Em coluna publicada no dia 17 de abril pelo Brasil 247, o articulista do Moisés Mendes, aproveitou a repercussão em torno da internação hospitalar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para defender a sua prisão.

No texto, Moisés retrata a situação da principal liderança política da extrema direita, afirmando que “é possível contar 10 pontos com algum tipo de conexão dos aparelhos com seu corpo. São fios de eletrodos e cateteres que medem e mantêm sob controle sua situação de saúde precária e instável”. O articulista conclui que a situação indica que “nos próximos meses não terá condições de ser nem mesmo jardineiro da sede do Clube Militar no Rio”.

O fundamental do texto consiste nas ideias políticas que são apresentadas apenas no final da coluna e estão por trás de toda essa descrição dramatizada. Para Moisés Mendes, Bolsonaro cumpre, mesmo internado, um único papel: continuar conspirando. Sua aparição representaria um “alerta de que continua fazendo o que sempre fez, desde que perdeu a eleição e perdeu o golpe. Bolsonaro conspira”.

A grande preocupação do colunista é de que Bolsonaro, bem como todos aqueles que ele descreve como “terroristas do 8 de janeiro”, possam receber a “minuta da anistia”. Moisés descreve como “constrangedor para as instituições, em especial para o Supremo, passando por Ministério Público e também pelo Congresso, que um cara alquebrado, réu por crimes variados, às vésperas da condenação e com um pé na cadeia, conspire do hospital, de dentro da UTI”.

Mendes oscila entre considerar Bolsonaro um completo inválido, que sairá do hospital direto para a prisão, e uma ameaça perigosíssima, um homem que, mesmo da UTI, orquestra um plano golpista com os “terroristas do 8 de janeiro”. Fato é que nenhuma das duas conclusões é correta.

Bolsonaro hoje não representa nenhuma ameaça de golpe de Estado, isto porque o golpe já foi dado. Mas, neste caso, não por Bolsonaro e os “terroristas”, mas sim por aqueles que hoje querem prender o ex-presidente: o Supremo Tribunal Federal (STF). O 8 de janeiro comprovou-se, na prática, uma justificativa para iniciar uma grande campanha de perseguição política e fechamento do regime brasileiro em torno do STF. Uma manifestação política foi transformada — pela campanha da burguesia e impulsionada pela esquerda — em um grande ato terrorista. E agora, na luta contra o “terror”, toda perseguição tornou-se válida.

Por outro lado, a campanha para que Bolsonaro saia do hospital direto para a prisão mostra a política deste setor da esquerda. Não se trata de uma política própria para combater a extrema direita, mas da defesa, sem nenhuma restrição, da perseguição promovida pelo STF — cujo grande papel que essa esquerda se presta é o de fazer propaganda e torcer para que a ditadura do STF passe por cima de todos os direitos políticos de um ex-presidente da República e o prenda, independentemente de como for.

O estilo alarmista de que “somos ameaçados por alguém que ainda não foi liberado nem para tomar canja” nada mais é do que uma campanha. O que o colunista quer defender, na prática, é que a polícia deveria estar, neste momento, invadindo o hospital, impedindo o contato de Bolsonaro com o mundo e colocando-o, de uma vez por todas, atrás das grades. Afinal, qual é o grande crime que um sujeito dentro de uma UTI, conectado a inúmeros aparelhos, pode cometer?

O “crime de conspirar” é, por si só, uma bizarrice. Toda essa campanha, impulsionada pela esquerda pequeno-burguesa, está resultando em uma verdadeira ditadura, encabeçada pelo STF, que está impondo à população o fim dos direitos políticos e das liberdades democráticas.

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