Há uma semana, a palavra “corrupção” não sai da boca da esquerda. Isso mesmo, da esquerda. A acusação, tradicionalmente usada pela direita, agora não sai do linguajar esquerdista. Nem parece que há menos de 10 anos boa parte da esquerda, inclusive o presidente Lula, estava sendo mandada para a cadeia exatamente com essa acusação.
Vamos ser claros: apesar de estudos mostrarem que a direita é mais corrupta, a acusação de corrupção só tem grandes efeitos quando é direcionada à esquerda, nunca quando é direcionada à direita. No último período, já acusaram Bolsonaro de ser corrupto (o famoso caso das joias que não deu em nada), acusaram Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo, de ser corrupto (também não deu em nada), acusaram Romeu Zema, governador de Minas Gerais, de ser corrupto (mais um caso que não deu em nada), e até mesmo o ex-“paladino da Justiça” Sérgio Moro já foi acusado de corrupção (mais uma pizza). Por outro lado, Lula, José Dirceu, José Genoíno e tantos outros da cúpula petista amargaram anos enjaulados sob acusações de corrupção.
Em vez de olhar de perto a história do Brasil e perceber que corrupção é um tema usado com sucesso apenas pela direita, a esquerda entrou em uma verdadeira rota suicida. Dessa vez, não foram apenas desmiolados como Guilherme Boulos que entraram de cabeça na campanha anticorrupção, mas a quase totalidade dos progressistas, sejam eles parlamentares ou não. É importante notar que essa mobilização não tem como objetivo alertar a população sobre o uso enviesado das acusações de corrupção, mas sim endurecer um arcabouço jurídico (que já é policialesco) através de pânico moral.
A esquerdinha agora faz festa porque a perseguição judicial que existe no Brasil está contra a extrema-direita. Todavia, em pouco tempo os canhões estarão direcionados para o outro lado, e com o caminho do endurecimento penal já pavimentado, a perseguição será ainda mais feroz. Em vez de denunciar as incontáveis arbitrariedades judiciais que ocorrem no país ou as graves violações dos direitos da população, a esquerda prefere surfar na onda. Para que ter uma extrema-direita nesse contexto, se a esquerda já se encarrega de perseguir os outros?




