Brasil

Esquerda atiçada contra Trump abana o rabo para o imperialismo

Portal Esquerda Online defende as medidas absurdas levantadas contra Jair Bolsonaro, enquanto apoia ditadura do Supremo golpista

Na última sexta-feira, 18 de julho, o portal Esquerda Online publicou um editorial intitulado “Bolsonaro e Trump juntos contra o Brasil! Decisão de Alexandre de Moraes é fundamental”. A peça, mais uma da frente ampla coordenada pelo imperialismo para manipular as eleições no ano que vem no Brasil, é outra na sequência demagógica a respeito de suposta soberania, alardeada por um setor da esquerda alinhado profundamente ao STF, sob a batuta do imperialismo. Pela dimensão diminuta do artigo, o reproduzimos na íntegra, apenas espaçando os parágrafos para realizarmos a discussão com os pontos apresentados.

São cruciais as medidas cautelares do STF impostas a Jair nesta sexta. Há um ataque coordenado de Trump e da família Bolsonaro contra o Brasil, que visa destruir a soberania do país, sua economia, democracia e sistema de justiça.

De modo a encobrir sua submissão, a esquerda pequeno-burguesa oculta a existência do setor majoritário do imperialismo, caracterizando a integridade do imperialismo norte-americano como resumida à figura do presidente dos EUA, Donald Trump. O problema é que há uma disputa enorme no cenário político daquele país, justamente pela disputa existente em torno do governo, que se dá entre o presidente Trump e o chamado establishment norte-americano. Isso se evidenciou desde a primeira presidência de Trump, e ficou escancarado no último processo eleitoral que lhe deu a vitória, precedido por uma série de processos contra o então presidenciável que ecoam a metodologia do STF brasileiro, e coroado ainda com uma tentativa de assassinato, não estranha na história dos EUA.

De lá em diante, vimos a oposição de Donald Trump a uma série de políticas típicas do imperialismo, e mesmo a oposição às guerras. Exemplos recentes disso foram a tentativa de encerrar a guerra da OTAN contra a Rússia, e a pressão sobre “Israel” para o estabelecimento de um cessar-fogo. Ambas as medidas receberam forte oposição do setor político mais tradicional nos EUA e do conjunto das instituições que tangenciam o aparato e a indústria da guerra dos EUA.

Por que citar tudo isso? É simples. O STF não representa a soberania nacional, e o processo contra Jair Bolsonaro é repleto de evidências concretas que apontam tratar-se apenas de uma peça para a manipulação do cenário político brasileiro para viabilizar uma candidatura da terceira via no ano que vem. Mas Trump estaria então defendendo o Brasil do setor majoritário do imperialismo? Não, não é disso que se trata.

Porém, também ele não está frontalmente atacando a soberania do Brasil intencionalmente, ou seja, não é esse o alvo de Donald Trump. Trata-se, na realidade, de uma extensão da disputa travada no interior dos EUA. Assim, Trump está, na disputa com o STF, não com o Brasil, travando a sua batalha contra o setor majoritário do imperialismo, que atua no Brasil através do STF.

A medida de Trump, assim, não é uma medida que visa a destruição do Brasil, como colocado, e a ideia de soberania apresentada é de fato um encobrimento apresentado pela esquerda para justificar seu alinhamento vergonhoso a mais essa farsa judicial lançada pelo imperialismo no País, sequência dos processos farsa do Mensalão e da Lava Jato, processos igualmente golpistas e que alçaram o STF à posição que ocupa hoje no regime político brasileiro.

A carta de Trump a Bolsonaro foi uma jogada ensaiada que preparava a provável fuga de Jair do país, possivelmente com refúgio em alguma Embaixada. Diante do perigo iminente, se fez necessária a decretação do uso da tornozeleira eletrônica e das outras medidas preventivas.

Ora, que risco uma fuga de Jair Bolsonaro representaria? Apenas uma maior desmoralização da Suprema Corte do Brasil, que atropela rotineiramente a Constituição Federal. Agora, para o povo brasileiro, para o País, em que isso acarretaria de fato? Em nada. Apesar de falar em “perigo iminente [de fuga]”, o Esquerda Online não consegue desenvolver qual seria o problema com tal fuga, algo que também não está mencionado na carta de Trump sequer tangencialmente. Note-se que o suposto risco de fuga foi utilizado como justificativa em momento anterior pelo STF para atirar contra o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, uma série de medidas draconianas. Para mantê-las, vale citar que Alexandre de Moraes sabotou a atividade da defesa de Martins, uma verdadeira ditadura, que agora se amplia, e se dirige, independente da posição política, contra a segunda figura mais popular do Brasil.

Trump pode adotar novas sanções contra o Brasil, agravando a investida imperialista. A família Bolsonaro conspira à luz do dia com o presidente dos EUA. São lambe-botas de Trump, agindo em interesse próprio. Verdadeiros traidores da pátria!

Aqui temos outro ponto. Bolsonaro está defendendo seu próprio interesse, com a aliança política que consegue. Para isso, se volta contra o governo brasileiro, que está vergonhosamente alinhado com o STF. Apesar de levar a um ataque ao País, mesmo que não seja esse o alvo, de fato é uma medida antinacional. Contudo, não lhe restam opções, e a base que lhe permite fazer isso é o erro político do próprio presidente Lula ao se colocar como boneco de ventríloquo do imperialismo, apoiando a transformação do País numa ditadura, e a cassação de todos os direitos elementares do cidadão. Naturalmente, cabe a qualquer setor de esquerda se opor a essa medida de caráter imperialista adotada pelo governo dos EUA, no entanto, essa oposição não pode nem por um segundo se confundir com o apoio à ditadura do Judiciário que vem progressivamente sendo implementada no Brasil, e que já se volta contra a população, retirando do pleito do ano que vem um dos dois candidatos favoritos à presidência, medida repetida quando da farsa eleitoral de 2018, quando Lula foi retirado das urnas pelo mesmo Judiciário, igualmente servil ao imperialismo.

O pronunciamento de Lula na TV e rádio foi um importante ato de defesa da soberania nacional. O Brasil não se rende e não se vende. É hora de construir a mobilização do povo nas ruas para defender o país dos ataques de Trump e do fascismo. O Brasil é dos brasileiros!

Aqui temos a repetição da “soberania”. Lula estaria defendendo a soberania do Brasil contra as tarifas. Como indicamos, é em parte verdade, mas de fato, trata-se de uma farsa. Lula não se coloca dessa maneira por opor-se à ingerência sobre o País pelo imperialismo, não à toa, garante apoio ao STF regido pelo setor principal, não-trumpista, do imperialismo.

Enquanto gritam soberania, o governo brasileiro e a esquerda pequeno-burguesa ignoram a utilização da Petrobrás para apoiar o genocídio na Faixa de Gaza, exportando petróleo para “Israel”. Apenas um dos elementos de submissão, ele tem importância de sobra para deixar claro para o leitor: esse grito de soberania é um brado de subserviência ao establishment norte-americano. Não há nada a comemorar. É preciso de fato mobilizar a população, mas isso não pode e nem se dará em apoio à ditadura de um Judiciário fajuto, e de um governo que se coloca como seu capacho.

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