Editorial

Era melhor nem ter ligado

Falta de posicionamento claro coloca o Brasil na contramão dos países que, mesmo sob forte pressão, têm mantido uma política independente em relação à Venezuela

A revelação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve um telefonema secreto com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, é mais um sinal do rebaixamento da política externa do governo brasileiro diante da ofensiva do imperialismo. A ligação foi realizada às escondidas, sem qualquer comunicado oficial, e com conteúdo vago, centrado em temas abstratos como “paz” e “diplomacia”, em total contraste aos encontros sob fortes holofotes entre Lula e o presidente norte-americano Donald Trump. A atitude de Lula, no momento em que o imperialismo norte-americano desloca sua máquina de guerra para o Caribe e agride a soberania venezuelana, é um escândalo.

Lula passou praticamente o ano inteiro sem estabelecer qualquer contato com Maduro, mesmo diante da intensificação da pressão internacional contra o país. Somente agora, quando o cerco militar e político se estreita, decide fazer uma ligação sigilosa, sem qualquer manifestação pública de solidariedade ao povo venezuelano. E o que é ainda mais grave: segundo os relatos da imprensa burguesa, o conteúdo da conversa se limitou a expressar “preocupações” genéricas e uma pretensa disposição para “ajudar”, omitindo qualquer denúncia do imperialismo e nenhuma palavra de apoio ao direito da Venezuela de se defender.

A falta de posicionamento claro coloca o Brasil na contramão dos países que, mesmo sob forte pressão, têm mantido uma política independente em relação à Venezuela. Rússia, China e Irã assumiram um papel ativo de defesa do país latino-americano contra a ingerência imperialista. A suposta “neutralidade” é, na verdade, um alinhamento com o imperialismo, que acusa Maduro de fraudes e despotismo, enquanto prepara uma intervenção para roubar cada gota de petróleo do país.

O alinhamento do governo Lula ao imperialismo se torna cada dia mais grave, na medida em que o imperialismo assume uma postura cada vez mais agressiva. O caso mostra que o governo Lula está cada vez mais capitulando diante da pressão do imperialismo. A política externa lulista tornou-se uma política de submissão disfarçada.

O momento exige o exatamente oposto: o alinhamento incondicional com os povos que enfrentam o imperialismo. Isto é, a defesa dos oprimidos e, portanto, do próprio Brasil. O imperialismo busca uma guerra contra todos os povos do mundo. A vitória dos genocidas na Venezuela abrirá caminho para uma guerra contra todos os países da América Latina.

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