Política nacional

Entre a mobilização popular e uma superfederação com a direita

Governo ensaia aprofundar a política de alianças com setores direitistas e formar uma superfederação

Diante de sucessivas derrotas no Congresso Nacional, o governo do presidente Lula aponta como solução a estratégia de aprofundar a política de alianças com setores direitistas e formar uma superfederação.

Além de PCdoB e PV, que já integram a atual federação, a ideia é que a nova composição também inclua partidos que, pelo PT e pela esquerda, são chamados de “partidos do campo progressista”. No caso, o PDT e o PSB, este último do vice-presidente Geraldo Alckmin.

A proposta ganhou força após a estrondosa derrota sofrida pelo governo com a derrubada do decreto presidencial que reajustava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), articulada pelos partidos da direita golpista (“centrão” e outros), mesmo com o espaço concedido a essas agremiações partidárias na Esplanada dos Ministérios e em outros órgãos governamentais.

A proposta, todavia, não foi recebida com maior entusiasmo pelos partidos convidados a integrar a superfederação. Entre os principais pontos de resistência está a preocupação de partidos menores em perder protagonismo dentro de uma estrutura dominada pelo PT.

Vale destacar – a título de refresco à memória – que, em 2016, no processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, PDT e PSB não apenas apoiaram a farsa jurídico-parlamentar que culminou na derrubada da primeira mulher a exercer o cargo máximo do País, como também os votos de suas bancadas consolidaram o golpe contra o governo do próprio PT.

Assim, para superar o atual quadro de crise e derrotas vivenciado pelo governo do presidente Lula, é necessário adotar uma nova política, que não pode ser outra senão ir ao povo, mobilizar os trabalhadores, dirigir um chamado à população, erguer a força das ruas contra os golpistas, o Congresso reacionário e os capitalistas sanguessugas da nação.

Rejeição ao STF: só a esquerda oportunista ou confusa apoia

Mais uma demonstração de que a política de apoio à direita tradicional e à frente ampla é desastrosa são os dados divulgados no último mês sobre a popularidade do Supremo Tribunal Federal (STF).

A maioria do povo brasileiro (58%) sente vergonha do STF. Apenas 30% dizem ter orgulho da suprema corte; 11% declararam não saber avaliar a instituição. Os dados resultam de pesquisa do Instituto Datafolha publicada no final de junho. O levantamento foi realizado entre os dias 10 e 11 de junho e ouviu um total de 2.004 pessoas em 136 cidades.

A enquete ainda destaca a diferença de apoio à corte entre os eleitores do PL, de Bolsonaro, e do PT. Para 91% dos eleitores do PL, o STF é motivo de vergonha; apenas 5% manifestaram orgulho. No grupo dos eleitores do PT, 36% afirmaram também sentir vergonha, enquanto 53% disseram ter orgulho. Em relação aos eleitores de Bolsonaro e Lula, 82% sentem vergonha e apenas 12% orgulho. Já entre os eleitores de Lula, 52% manifestam orgulho dos ministros e 36%, vergonha.

Em que pese o grau de desconfiança que deve ser atribuído a essas pesquisas, os números revelam, ainda que de maneira imperfeita e controlada, a completa impopularidade da instituição. Essa impopularidade significa a rejeição, por ampla parcela da população, da atuação política do STF, que extrapola completamente suas funções constitucionais — algo que passou a ocorrer com maior intensidade desde o golpe de Estado de 2016.

O STF não é uma corte que julga com base na lei, mas uma instituição que atua politicamente e que, a pretexto de defender a democracia, estabelece uma verdadeira ditadura: suprime direitos, muda leis arbitrariamente ou mesmo as cria, cassa deputados eleitos, persegue inimigos políticos e monta tribunais de exceção, como no caso do julgamento do 8 de janeiro. Somente um setor da esquerda, seja por oportunismo ou por confusão, continua declarando apoio aos desmandos dessa instituição fora de controle.

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