O Parlamento Europeu publicou em seu sítio um documento informando que organizações, políticos e ativistas europeus foram erroneamente conectados a uma rede islâmica radical dedicada à difamação dos muçulmanos e do Islã.
“Abu Dhabi Secrets [série de investigações] revela como a empresa privada de inteligência suíça Alp Services foi contratada pelo governo dos Emirados Árabes Unidos para espionar cidadãos de 18 países na Europa e além. A Alp Services enviou aos serviços de inteligência dos Emirados Árabes Unidos os nomes de mais mil indivíduos e 400 organizações em 18 países europeus, rotulando-os como parte da rede da Irmandade Muçulmana na Europa.”
O estrategista político Amjad Taha vive nos Emirados Árabes Unidos (EAU) e atua com frequência atacando o Islã, e os muçulmanos, principalmente os dos países imperialistas. Em uma entrevista, pede que os muçulmanos sejam tratados com menos democracia e defende o uso de censura além do limite legal.
Em publicação do órgão Warfare Analysis no X, foi apresentado um breve relato da atuação dos EAU, demonstrando como atuaram como força-chave e de maneira contrarrevolucionária no Egito e na Tunísia.
Foram responsáveis por esmagar a Primavera Árabe na Líbia, financiando a milícia conhecida liderada pelo líbio Khalifa Haftar, conhecido como o senhor da guerra, tendo também financiado o general Sisi no Egito, responsável por um golpe de Estado sangrento. Na Tunísia, atuou com Kais Saied, de maneira mais branda, dissolvendo o parlamento e estabelecendo o Estado policial de Ben Ali.
Agora, os Emirados estão financiando as milícias da Forças Democráticas Sírias (SDF, na sigla em inglês), que praticam massacres diários contra civis sírios. Eles atuam no norte e leste da Síria, sendo formados por mercenários curdos e aliados dos EUA.
Os EAU perceberam que os muçulmanos ainda têm liberdade de expressão na Europa e nos EUA, razão pela qual estão combatendo duramente essa conquista civilizatória, articulando-se com a extrema direita europeia. Isso explica por que a imprensa da direita europeia recebe com frequência figuras como Amjad Taha e outros sediados nos Emirados Árabes.
Usam pessoas religiosas que têm ao menos certo prestígio para atacar todas as causas muçulmanas em inglês, como o caso do xeique Faris Al Hammadi. Buscam convencer os muçulmanos ocidentais a serem contra as causas islâmicas. Hammadi, por sua vez, é ativo na propaganda em várias redes sociais, como o X, TikTok e YouTube.
Por fim, o próprio ministro das Relações Exteriores confirma essas informações abertamente no X: “Chegará o dia em que veremos muito mais extremistas radicais e terroristas saindo da Europa por falta de tomada de decisão, tentando ser politicamente corretos ou assumindo que conhecem o Oriente Médio e o Islã e conhecem os outros muito melhor do que nós. E eu sinto muito, mas isso é pura ignorância”.
O que vemos é que os EAU atuam na Europa e nos Estados Unidos visando perseguir e desacreditar, por todos os meios, os adeptos ou simpatizantes do islamismo. São aliados dos EUA e, portanto, do imperialismo, sendo que o pano de fundo é o genocídio praticado pelo sionismo contra os palestinos, que são árabes e têm raízes no islamismo.
Os partidos políticos na Palestina e na Península Arábica têm, sabidamente, um braço militar, como o Hesbolá, Hamas, Jiade Islâmica e outros, e não por acaso lutam pela libertação do povo árabe, colonizado pelo sionismo em Gaza e na Cisjordânia.
Como o Estado sionista de “Israel” está derrotado e humilhado, o imperialismo, diretamente ou por meio de seus asseclas, como a imprensa mundial e os Emirados Árabes, tenta de todas as maneiras calar as vozes que defendem a autodeterminação do povo palestino para se libertar do invasor. Por isso, usam a censura nas redes sociais, pois a imprensa global está a serviço do imperialismo sionista e não oferece nenhum perigo. Todos que atuam nela estão controlados.
Nas plataformas como o X, Telegram e YouTube, procuram dar voz a figuras como Amjad Taha para difundir o ódio contra o Islã, acusando todos os que defendem os palestinos e os grupos armados que estão dando a vida para libertá-los do colonialismo de terroristas, extremistas e criminosos, sem que haja provas, ao arrepio das leis.
O imperialismo, bem como os Emirados Árabes, procura influenciar os governos da Europa, EUA e demais países para disseminar e promover propaganda que favorecem suas posições contra o Islã. Há vários movimentos de ativistas de direitos humanos, especialistas em relações internacionais e críticos dessas narrativas, que, além de outras coisas, alertam para o perigo de crescer o ódio contra os muçulmanos na Europa e demais continentes.