Palestina

Em reunião, o ‘filho de cães’ Mahmoud Abbas ataca a Resistência

Sem disfarçar mais sua servidão criminosa ao sionismo, Autoridade Palestina mantém ataques aos partidos da Resistência em reunião de conselho criado após acordo com a China

Na última quarta-feira (23), o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, abriu a reunião de dois dias do Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Ramalá, na Cisjordânia ocupada, insultando o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) como “filhos de cães” e acusando a Resistência Palestina de prolongar o genocídio em Gaza. Submisso à ditadura sionista de “Israel”, Abbas alegou que a entrega de prisioneiros sionistas encerraria a ofensiva e exigiu o desarmamento do Hamas, agindo na reunião como um autêntico menino de recados do enclave imperialista. Subservientes aos Estados Unidos e a “Israel”, suas posições provocaram boicotes e retiradas dos partidos e organizações palestinas presentes.

Notório cachorro do sionismo, Abbas viu o encontro esvaziado. A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Iniciativa Nacional Palestina (PNI) boicotaram a reunião antes mesmo de seu início, enquanto a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) abandonou o evento no primeiro dia, protestando contra “a falha da liderança em responder à unidade nacional, à estratégia contra o genocídio em Gaza e à anexação da Cisjordânia, e em implementar os resultados da Declaração de Pequim”.

Com a ausência das três grandes organizações, o Conselho Central demonstrou sua falência como órgão representativo dos distintos segmentos do povo palestino. Criado após uma reunião com o governo da China em 23 de julho de 2024, a criação do Conselho Central foi resultado de uma declaração de reconciliação, unindo do Fatá ao Hamas, além de outros 11 partidos palestinos.

A ofensiva genocida de “Israel” em Gaza, iniciada após a operação “Dilúvio de al-Aqsa” em 7 de outubro de 2023, matou oficialmente mais de 51 mil pessoas, sendo 70% mulheres e crianças. Na Cisjordânia, 7.500 palestinos foram presos em 2024, conforme a ONG Addameer, em operações diárias realizadas nas cidades de Jenin, Tulcarém e Nablus.

Dirigida por Abbas, porém, a AP não apenas mantém o silêncio contra o massacre como coopera com as forças de ocupação, reprimindo militantes palestinos, tendo ela própria ajudado na prisão de um bom tanto dos palestinos nas cidades da Cisjordânia. Em Ascalão, ataques aéreos mataram 20 palestinos em abril de 2025, segundo a Agência de notícias WAFA e novamente sem qualquer retaliação por parte da AP.

Longe disso, a política de Abbas é de reação frontal ao crescimento da resistência na Cisjordânia, onde Hamas e Jiade Islâmica ganham apoio. Temeroso de perder o controle e os privilégios financeiros, ele ataca a mobilização palestina para preservar sua posição. A AP recebe US$1,2 bilhão anuais dos EUA e da União Europeia, e ainda US$500 milhões de “Israel” em impostos. Em março de 2025, o imperialismo anunciou mais €200 milhões oriundos da UE, enquanto os EUA se comprometeram a aumentar seu aporte de recursos à organização em mais US$300 milhões, segundo o Departamento de Estado.

Apresentados como fundos de assistência aos palestinos, essa fortuna só é usada para sustentar a burocracia corrupta da AP e nada mais. Enquanto se beneficia de um esquema tão corrupto quanto criminoso, Abbas também o usa para financiar uma estrutura de repressão dedicada a atacar a própria população, o que é feito de muitas maneiras.

Em maio de 2023, por exemplo, comparou palestinos a animais na ONU: “salvem-nos. Homem, por que não nos salvam? Mesmo animais, temos que salvá-los, certo? Se você tem um animal, não o protege? Vergonha de vocês que não protegem animais”. Colocação similar foi dada pelo ministro da Defesa de “Israel” Yoav Gallant, que chamou palestinos de “animais humanos”.

Reféns do Fatá presos no cárcere sionista, libertados pela Resistência e deportados ao Egito após o acordo Toufan al-Ahrar, responderam em nota, na última quinta-feira (24), os ataques de Abbas contra os movimentos de libertação da Palestina (incluindo a ala esquerda do Fatá).

“Afirmamos nossa rejeição absoluta a qualquer insulto ou questionamento da correção da escolha da Resistência, a escolha que deu frutos na liberdade deste grupo de prisioneiros, encabeçado pelos líderes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, e dá esperança aos demais prisioneiros de que o tempo de sua liberdade está chegando, sem dúvida, pois o sol da liberdade deve nascer”.

Eles denunciaram a AP por negar passaportes e dificultar sua realocação.

A AP reprimiu 300 ativistas em Ramalá em 2024, segundo a Comissão Independente de Direitos Humanos da Palestina. A Declaração de Pequim, assinada por 14 organizações em 2024, previa unidade, mas Abbas sabotou sua implementação. Um relatório da rede catarense Al Jazeera mostra que 80% dos palestinos na Cisjordânia rejeitam a AP e apoiam a resistência armada, reforçando que se trata de uma entidade corrupta, que se sustenta apenas à base de mais corrupção e de repressão. Abaixo, divulgamos a carta dos militantes do Fatá libertados pela Resistência

“Carta dos prisioneiros libertados do Fatá:

Em nome de Deus, o Mais Gracioso, o Mais Misericordioso

Às massas do nosso heroico povo palestino

Dirigimo-nos a vocês hoje do coração da dor e da dignidade, da memória das celas e dos pátios da firmeza, levando a vocês a voz da lealdade à resistência e a voz do pacto inquebrável. Nós, os prisioneiros libertados, renovamos a afirmação de nossa profunda crença de que o caminho da resistência é o único capaz de arrancar a liberdade dos prisioneiros e alcançar a dignidade do nosso povo.

Estamos com toda reverência e respeito diante dos grandes sacrifícios do nosso grande povo, e saudamos especialmente nosso povo firme em Gaza, a cidade do orgulho e da dignidade, que apresentou o modelo mais claro de sacrifício, firmeza e perseverança.

Também afirmamos nossa rejeição absoluta a qualquer insulto ou questionamento da correção da escolha da resistência, a escolha que deu frutos na liberdade deste grupo de prisioneiros, encabeçado pelos líderes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, e dá esperança aos demais prisioneiros de que o tempo de sua liberdade está chegando, sem dúvida, pois o sol da liberdade deve nascer.

Expressamos nosso profundo agradecimento e grande gratidão a todas as mãos abençoadas que contribuíram para alcançar essa vitória, e reafirmamos que o preço dos prisioneiros israelenses só pode ser equiparável à liberdade dos nossos heroicos prisioneiros dentro das prisões da ocupação. Este é o preço natural e justo.

Nesse sentido, enfatizamos que a unidade nacional deve ser a base e o fundamento de qualquer encontro ou diálogo palestino, longe de tentativas de semear discórdia e divisão. Ficamos chocados, como todos os livres, com a linguagem de maldições e insultos que apareceu na reunião do Conselho Central, em um momento em que o discurso deveria ser unificador e inclusivo, condizente com os sacrifícios e a dor deste grande povo.

Glória aos mártires

Liberdade aos prisioneiros

e vitória à resistência

O Comitê Superior de Prisioneiros Libertados e Deportados

Cairo

Quinta-feira, 24 de abril de 2025”

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