Nesta sexta-feira (19), o presidente russo Vladimir Putin realizou sua tradicional coletiva de imprensa de fim de ano na capital Moscou, um evento anual que dura horas e reúne centenas de jornalistas russos e internacionais. Putin abriu o encontro destacando os progressos das forças russas no fronte ucraniano, afirmando que o exército avança de forma constante e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na operação militar especial iniciada em fevereiro de 2022. Ele mencionou especificamente ganhos territoriais em regiões como Donetsk e Kharkiv, enquanto elogiou a firmeza das tropas russas diante das sanções por parte do imperialismo.
Putin reiterou as condições russas para qualquer acordo de paz: o reconhecimento formal da soberania russa sobre a Crimeia, anexada em 2014, e as quatro regiões russófonas — Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporija. Ele exigiu que o governo ucraniano renuncie permanentemente a qualquer aspiração de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e desmilitarize partes de seu território. Caso as negociações falhem, o líder russo alertou que as forças armadas russas expandirão sua zona de segurança por meios militares, citando o recente teste do míssil hipersônico Oreshnik como prova do fortalecimento do arsenal nuclear russo. Putin também criticou o imperialismo por prolongar o conflito ao armar a Ucrânia.
Os comentários de Putin ocorrem em meio a intensos esforços diplomáticos liderados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem pressionado tanto Rússia quanto Ucrânia por um cessar-fogo, mas expressou frustração com o presidente ucraniano Vladimir Zelensqui, chamando suas demandas de “irrealistas”. Zelensqui, por sua vez, qualificou um rascunho de proposta norte-americana como “viável”, mas insistiu em garantias de segurança robustas da OTAN e recusou ceder mais territórios.




