Donald Trump, presidente dos EUA, elogiou Recep Tayyip Erdogan, líder da Turquia, chamando-o de “bom líder” e descrevendo o país como “um bom lugar” durante uma reunião com indicados a embaixadores na terça-feira (25). A declaração surge em meio a uma grave crise política na Turquia, marcada por protestos contra o governo de Erdogan após a prisão de Ekrem İmamoğlu, prefeito de Istambul e principal opositor do presidente turco.
İmamoğlu foi detido em 20 de março de 2025, acusado de corrupção em contratos públicos, segundo a agência estatal Anadolu. A prisão desencadeou manifestações que começaram em Istambul e se espalharam para cidades como Ancara e Izmir, com milhares exigindo sua libertação, conforme noticiou a Reuters. Opositores acusam Erdogan de usar o judiciário para silenciar rivais, enquanto o governo alega combater irregularidades. A crise se soma a problemas econômicos, com a lira turca em queda livre – valendo 34 por dólar em março, contra 19 no início de 2024, segundo o Banco Central Turco.
Trump e Erdogan mantiveram laços estreitos no primeiro mandato do americano (2017-2021). Um marco foi a retirada de tropas dos EUA do norte da Síria em 2019, permitindo à Turquia avançar contra milícias curdas, aliadas do imperialismo. Agora, Trump parece buscar reaproximação, possivelmente para contrabalançar a influência de potências como Rússia e China na região, avaliam analistas da revista imperialista norte-americana Foreign Policy.
A situação na Turquia é volátil. Além dos protestos, Erdogan enfrenta pressão internacional por violações de direitos humanos. A Anistia Internacional relatou em 2024 a prisão de mais de 50 mil dissidentes desde o golpe fracassado de 2016. A defesa de Trump a Erdogan pode sinalizar apoio tático, mas alimenta críticas de que o americano ignora abusos para fins estratégicos.
