Líbano

Em incursão no sul do Líbano, ‘Israel’ mata funcionário estatal

Canal 11 de Israel noticiou que a entidade sionista “informou aos Estados Unidos que o ritmo dos ataques israelenses ao Líbano será intensificado".

Na madrugada desta quinta-feira (30), as forças israelenses de ocupação realizaram um incursão no sul do Líbano e assassinaram um funcionário estatal. A incursão foi na cidade de Blida; durante ela, os invasores israelenses avançaram mais de um quilômetro, invadiram o prédio da prefeitura e mataram Ibrahim Salameh, funcionário da municipalidade. Ele dormia quando foi assassinado.

Posteriormente, o Exército Libanês chegou ao local, e o corpo de Salameh foi levado com a ajuda de equipes da defesa civil. Em protesto contra o assassinato, moradores bloquearam as ruas, e uma patrulha da UNIFIL (forças de ocupação da ONU) que passava pela área foi impedida pelos manifestantes de passar.

Pressionado por mais este crime israelense contra um cidadão libanês, desta vez um funcionário do Estado (“Israel” vem assassinando militantes do Hesbolá e pessoas próximas desde novembro de 2024, violando o cessar-fogo diariamente), o presidente do Líbano, Joseph Aoun, colocado no poder pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita – logo, um capacho do imperialismo – teve de aumentar a farsa de ser contra “Israel”, e instruiu o Exército Libanês a confrontar quaisquer novas incursões israelenses. 

Conforme a presidência, o Exército é “a única garantia real para proteger o país e defender sua soberania”, afirmando que o efetivo no sul do país será aumentado para dez mil soldados até o final do ano. Cumpre lembrar que o governo está tentando por em prática um programa imposto pelos EUA e por “Israel” de desarmar o Hesbolá até o final do ano.

O primeiro-ministro, Nawaf Salam, outro capacho do imperialismo, também se pronunciou demagogicamente sobre o crime israelenses.

Ele declarou que a incursão israelense em Blida “constitui um flagrante ataque às instituições estatais e à soberania do Líbano” e afirmou estar em “plena solidariedade com o povo do sul”. Outra declaração sua revela a farsa das declarações anteriores. Segundo Salam, o governo mantém o plano de confinar as armas ao controle do Estado, destacando que o Exército apresentou um plano de implementação e que um novo relatório deve ser entregue “em menos de uma semana”. Isto é, continua 100% investido no plano imperialista e sionista de desarmar o Hesbolá.

No mesmo sentido foi a declaração de Youssef Raji, ministro das Relações Exteriores. Em reunião com seu homólogo alemão, ele afirmou que que “somente uma solução diplomática, e não militar, pode alcançar a estabilidade e manter a calma no sul”, acrescentando que “manter as armas exclusivamente sob controle do Estado é a chave para a reconstrução e prosperidade”. Uma alerta para que o Hesbolá não reaja aos crimes de “Israel”, bem como uma demonstração de que o governo libanês permanece tentando implementar o desarmamento do partido revolucionário xiita.

As forças de ocupação da ONU (UNIFIL) também se pronunciaram sobre o ataque israelense. Expressando “profunda preocupação”, descreveu o crime como “flagrante violação da Resolução 1701 e da soberania do Líbano”, e fez um apelo para que todas as partes respeitem a cessação das hostilidades. Em outras palavras, o imperialismo, através da UNIFIL, expressou preocupação de que o ataque sionista possa ocasionar uma reação do Hesbolá e a situação sair de controle, ao mesmo tempo em que pediu não apenas a “Israel”, mas também ao Hesbolá que cesse as hostilidades, sendo que a Resistência Islâmica jamais violou o cessar-fogo nestes 11 meses, nem sequer reagiu aos ataques sionistas.

Imperialismo pressiona governo libanês, por conta de suposta reorganização e rearmamento do Hesbolá

O jornal The Wall Street Journal, citando fontes israelenses e árabes, informou que o Hesbolá estaria “reabastecendo foguetes, mísseis guiados antitanque e artilharia” por meio de rotas de contrabando via Síria e portos libaneses. Segundo o jornal, “Israel” teria perdido a paciência com o governo libanês sobre o compromisso de desarmar o grupo.

Fontes citadas pela publicação afirmam que o governo libanês enviou mensagem à entidade sionista pedindo paciência e expressou disposição para expandir a cooperação para desarmar o partido revolucionário.

Ataque iminente de “Israel”?

Nesta semana, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar afirmou que “Hesbolá está intensificando seus esforços para se reconstruir e rearmar com apoio do Irã, representando uma ameaça à segurança de Israel e ao futuro do Líbano“, e que reuniões estavam sendo realizadas para um ataque “preventivo” contra a Resistência Islâmica.

No mesmo sentido, o Canal 11 de Israel noticiou que a entidade sionista “informou aos Estados Unidos que o ritmo dos ataques israelenses ao Líbano será intensificado”.

Igualmente, Yossi Eliazer, jornalista israelense, afirmou que “É provável que Israel lance um ataque preventivo contra o Hezbollah, que está se fortalecendo e começou a distribuir armas por amplas áreas do sul do Líbano“.

Hesbolá e seu líder se manifestam sobre situação

Também na quinta-feira, o chefe da inteligência egípcia, Hassan Rashad, reuniu-se com o representante do secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, em Beirute, Líbano.

Detalhes sobre a reunião não foram divulgados.

No entanto, declarações de Naim Qassem e do Hesbolá sobre o crime israelense foram publicadas.

Procedendo de forma paciente e cuidadosa diante do cerco do imperialismo ao partido, e pressionando o governo e exército libaneses a agirem como os defensores do povo libanês que afirmam ser, o líder do Hesbolá denunciou que “o ataque israelense a Blida é um ato flagrante de agressão sem qualquer justificativa“, bem como afirmou que “o governo é o principal responsável pela soberania: expulsem o inimigo, libertem a terra, reconstruam e libertem os prisioneiros” e que “o presidente Joseph Aoun agiu corretamente ao ordenar que o exército repelisse as incursões israelenses“.

Ele também frisou que “o Estado, a resistência e o povo devem permanecer juntos em uma frente nacional unificada contra a agressão israelense“, acrescentando que “recuperar nossas terras exige a unidade de todos os libaneses” e que “a pressão sobre Israel deve ser mantida para forçar a conformidade, e qualquer novo acordo que absolva Israel abriria a porta para mais ataques“.

Na declaração do Hesbolá, o partido também afirmou que “valoriza a postura do Presidente ao convocar o Exército Libanês para enfrentar as incursões israelenses e pede apoio ao exército com todos os recursos necessários”.

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