Nesta terça-feira (21), o Major General Mohammad Pakpour, comandante-chefe do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (IRGC), declarou que a República Islâmica do Irã está preparada para dar uma resposta decisiva a qualquer agressão futura, alertando que as forças iranianas irão “desencadear o inferno contra o inimigo”.
A declaração foi dada durante reunião com Conselheiro de Segurança Nacional Iraquiano Qasim al-Araji em Teerã. O comandante da Guarda Revolucionária também comentou sobre a guerra do sionismo e do imperialismo contra o Irã, em junho último. Agradecendo à ajuda prestada pelo Iraque para conter os grupos de sabotadores pagos pelo sionismo e pelo imperialismo durante a guerra, o Major General afirmou que “esses grupos são uma ameaça à segurança de ambos os países e devem ser contidos por meio de cooperação conjunta”.
Ele também comentou sobre a tentativa fracassa de impulsionar uma revolução colorida violenta contra o regime surgido da Revolução de 1979, afirmando que “o inimigo esperava que o povo iraniano se levantasse contra seu próprio sistema, mas a nação demonstrou sua unidade e lealdade aos princípios da Revolução”.
Igualmente, o comandante destacou que “o inimigo pensou que nosso poder de mísseis diminuiria nos primeiros dias do conflito, mas agimos com força e precisão, destruindo nossos alvos pretendidos com precisão.”
A reunião ocorreu em momento em que o imperialismo e sionismo vem intensificando novos ataques contra o Irã, preparando o terreno para uma nova agressão militar, e também um golpe de Estado.
Já em julho, logo após a vitória do Irã contra a agressão israelense e imperialista, Reino Unido, França e Alemanha começaram a novamente infiltrar agentes imperialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) para continuar a espionagem contra o programa nuclear do Irã. Nos anos que precederam a recente guerra, espiões da IAEA angariaram informações sobre instalações e cientistas nucleares iranianos, e as forneceram ao imperialismo e “israel”. Tais informações serviram para os ataques perpetrados durante a guerra em junho.
Contudo, o Irã não permitiu a infiltração e, ao final de agosto, o E3 (os citados países europeus), notificaram formalmente o Conselho de Segurança da ONU, afirmando que o Irã não havia apresentado “desempenho significativo” no cumprimento do JCPOA, acordo nuclear imposto pelo imperialismo, e informando que seriam reimpostas sanções econômicas em retaliação (as chamadas snap-back sanctions). Um prazo de 30 dias foi dado, mas a República Islâmica não capitulou perante a ameaça, e as sanções da ONU foram reimpostas.
Em 27 de setembro, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, publicou uma declaração à imprensa, qualificando a reimposição de sanções como “um ato de liderança global decisiva por parte da França, Alemanha e Reino Unido”, acrescentando que “a decisão do Conselho de Segurança em 19 de setembro — reafirmada em 26 de setembro — de restaurar essas restrições envia uma mensagem clara: o mundo não cederá a ameaças e meias medidas — e Teerã será responsabilizada”
Em 29 de setembro, a União Europeia fez o mesmo, restabelecendo sanções contra o Irã em alinhamento com a medida da ONU (congelamento de ativos, proibições de viagens, restrições ao petróleo bruto, etc.).
Nesta sábado (18), Irã, Rússia e China enviaram uma carta no sábado ao secretário-geral da ONU e ao Conselho de Segurança, declarando que o acordo nuclear com Teerã foi encerrado, encerrando efetivamente a consideração do Conselho sobre a questão nuclear iraniana, conforme noticiado pela agência turca de notícias Anadolu.
O citado órgão de imprensa informou que, na carta, os países afirmaram que “a tentativa da E3 de acionar o chamado snapback é, por padrão, legal e processualmente falha”, acrescentando que as partes europeias, “tendo elas próprias deixado de cumprir os seus compromissos sob o JCPOA (Plano de Ação Integral Conjunto) e a Resolução 2231, não têm legitimidade para invocar as suas disposições”.
No documento, foi afirmado também que “de acordo com o parágrafo operacional 8 da Resolução 2231, todas as suas disposições serão encerradas após 18 de outubro de 2025” e que “a conclusão plena e oportuna da Resolução 2231 marca o fim da consideração do Conselho de Segurança sobre a questão nuclear iraniana e contribui para fortalecer a autoridade do Conselho e a credibilidade da diplomacia multilateral”.
A questão do programa nuclear iraniano, o enriquecimento de urânio, e um suposto desenvolvimento de armas nucleares, foi o principal pretexto utilizado pelo imperialismo e pelo sionismo para desencadear a guerra contra o Irã em junho, na qual a República Islâmica saiu vitoriosa.
A nova tentativa de subjugar o Irã, utilizando o programa nuclear como pretexto para impor novamente pesadas sanções, indica que o imperialismo prepara nova agressão contra a República Islâmica, seja através de uma nova guerra, seja através de uma tentativa de golpe de Estado, seja através de ambos. Nesse sentido, o sionismo, através do primeiro-ministro de “israel”, Benjamin Netaniahu, está novamente intensificando a propaganda anti-Irã, de que o país estaria criando armas nucleares para atacar o “Ocidente”, e, consequentemente, preparando o terreno para justificar uma nova guerra criminosa contra o país.
Em publicação no portal da emissora Russia Today (RT), Murad Sadygzade, presidente do Centro de Estudos do Oriente Médio, professor visitante, Universidade HSE (Moscou), afirmou que “uma nova guerra entre o Irã e Israel é apenas uma questão de tempo”, e que “Apesar da crescente desaprovação da política israelense em relação aos palestinos, um confronto direto quase certamente levaria a um apoio ocidental consolidado a Israel. Isso não resultaria apenas de alinhamentos diplomáticos estabelecidos, mas também de uma visão de mundo estratégica e ideológica compartilhada – especialmente em um momento em que o Irã é cada vez mais percebido como um desafiante à ordem liderada pelo Ocidente”.
Sadygzade avalia que, “em conjunto, a dinâmica interna e externa do Irã aponta para uma alta probabilidade de um novo confronto militar entre o Irã e Israel. Internamente, divisões políticas, pressão socioeconômica e fragilidade institucional estão levando a liderança a uma maior centralização e mobilização. Ao mesmo tempo, o ambiente externo está se tornando cada vez mais hostil”.





