O Movimento Brasil Livre (MBL) quer o Brasil livre de direitos democráticos. Ao contrário de sua propaganda demagógica e mentirosa, o grupo impulsionado pelo Departamento de Estado norte-americano não é favorável à liberdade de expressão e à liberdade de manifestação.
O que deixa isso claro é a postura de políticos como Guto Zacarias (União Brasil, nome do antigo partido da ditadura militar, a ARENA). O deputado eleito pelo estado de São Paulo entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) para proibir o Partido da Causa Operária (PCO) e o Instituto Brasil-Palestina de realizarem um ato em homenagem aos homens e mulheres que estão lutando contra o genocídio na Faixa de Gaza.
Esta não é a primeira vez. O mesmo Guto Zacarias já havia entrado com uma notícia-crime pedindo a investigação do PCO por causa de um suposto vídeo no qual pessoas ligadas à organização estariam vendendo produtos que homenageavam o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Não é crime, no Brasil, defender o Hamas. E Guto Zacarias sabe disso. No entanto, o deputado sabe muito bem disso. Sua denúncia é uma fraude: ela se baseia nas provocações da imprensa golpista contra o Partido e contra todos aqueles que defendem a resistência palestina. Guto Zacarias revela que muito mais importante que os seus princípios são os interesses de seus patrões.
E ele não está sozinho. O deputado federal Kim Kataguiri, também do União Brasil e também do MBL, processou o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, por causa de uma fala política. Pimenta denunciou Kataguiri por adotar uma política nazista, que é impedir que o povo de Gaza, que passa fome, tenha acesso a ajuda humanitária. O deputado, por sua vez, se sentiu “ofendido” e, por isso, exigiu o pagamento de uma indenização.
Além do MBL, outros setores da extrema direita estão tirando a sua máscara. É o caso da revista Oeste e do Partido Novo, que também se revelam defensores da liberdade de expressão, mais entraram em campo para defender a proibição do ato de 7 de outubro.
A tese da esquerda pequeno-burguesa de que a liberdade de expressão é uma reivindicação da extrema direita, assim, cai por terra. Apenas a esquerda revolucionária, que trava uma luta decidida contra o Estado burguês, é capaz de levar esta luta até as últimas consequências.




