O jornal argelino El Wassat publicou, em sua edição impressa de 7 de dezembro de 2021, uma reportagem alarmante destacada na primeira página com o título: O Mossad e os serviços secretos do Marrocos planejam eliminar os justos do Marrocos que se opõem à normalização. O título foi enquadrado em uma faixa vermelha, o que reflete a gravidade e relevância do conteúdo apresentado.
A reportagem inicia afirmando que a agência de inteligência do regime sionista, o Mossad, em colaboração com os serviços de inteligência marroquinos, estaria planejando eliminar fisicamente diversas figuras marroquinas que se opõem ao processo de normalização entre seu país e “Israel”. Tal ação, segundo El Wassat, faz parte de um esforço sistemático para silenciar todas as vozes honestas e livres do Marrocos que rejeitam a nova política adotada por Rabat.
Analistas políticos entrevistados pelo jornal reforçaram que a política de eliminação física não é novidade nem para o regime marroquino, nem para o Estado de ocupação israelense, sendo uma estratégia historicamente usada por ambos para proteger seus interesses estreitos.
A reportagem aponta que, entre os principais alvos visados, estão dirigentes do Observatório Marroquino contra a Normalização com “Israel”, sobretudo os que residem no exterior, além de figuras islâmicas moderadas conhecidas por seu apoio firme e contínuo à causa palestina. O nome do opositor marroquino Driss Mrani, residente na Argentina, também é citado entre os potenciais alvos. Segundo o jornal, suas movimentações intensas em vários países da América do Sul, aliadas à sua oposição aberta à nova orientação política de Rabat — que, segundo ele, compromete a causa palestina e intensifica a hostilidade contra países da região, especialmente a Argélia — o colocaram sob o radar desses serviços de inteligência.
Driss Mrani está realmente seguro no Brasil hoje em dia?
À luz dessas informações divulgadas por El Wassat, surgem questionamentos legítimos sobre a segurança de Idriss El Mrani, fundador e presidente do Movimento Progressista Marroquino — organização de orientação republicana que defende abertamente o fim da monarquia marroquina e que está legalmente registrada no Brasil.
Embora atualmente resida em território brasileiro, o status jurídico de Driss Mrani ainda não foi definitivamente resolvido, uma vez que seu pedido de refúgio político segue pendente. Isso levanta preocupações sérias: estaria o ativista politicamente exposto e vulnerável a ações clandestinas por parte de regimes estrangeiros? O Estado brasileiro será capaz de garantir sua proteção, especialmente diante de ameaças de natureza internacional envolvendo serviços de inteligência com histórico de ações extraterritoriais? São perguntas que exigem atenção imediata das autoridades brasileiras, organizações de direitos humanos e da comunidade internacional.





