Dois anos após o início de sua intensa campanha militar na Faixa de Gaza, deflagrada após a Operação Dilúvio de Al-Aqsa liderada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em 7 de outubro de 2023, “Israel” não conseguiu alcançar seus objetivos militares e enfrenta um crescente isolamento, conforme destacado pela emissora iraniana Press TV. Em um artigo publicado no dia 18 de outubro, Zainab Zakariyah avalia que as promessas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, de desmantelar a infraestrutura militar da resistência e garantir a libertação de prisioneiros e a “segurança” permanente para os colonos, falharam.
A análise da Press TV é categórica:
“Dois anos depois, e apesar do uso sem precedentes de força e da vasta escala da agressão genocida em Gaza e na Cisjordânia ocupada, nenhuma das promessas de Netaniahu foi cumprida.”
A organização da resistência, segundo o artigo, “continua operacional e sua liderança política permanece intacta”. A maioria dos prisioneiros só foram libertados por meio de negociações, o que, para a Press TV, forçou “Israel” a negociar “mais uma vez com o próprio grupo de resistência que procurou eliminar durante dois anos”. A trégua frágil que entrou em vigor recentemente, mediada pelo Catar e apoiada pelos EUA, revelou que “a força militar por si só não conseguiria concretizar os objetivos de Netaniahu”.
O artigo argumenta que “Israel” não está “mais perto da segurança do que estava antes de 7 de outubro de 2023” e que os colonos israelenses “permanecem longe de estarem seguros”.
A reportagem sugere que, ao invés da “vitória total” prometida, Israel se revelou uma “entidade pária, desrespeitando o direito internacional e o direito humanitário”, disposta a fazer “o impensável” para atingir objetivos distantes.
A reportagem da Press TV destaca uma mudança acentuada na opinião pública global contra “Israel”, citando pesquisas do Pew Research Center. Não surpreendentemente, 90% das pessoas em países do Sudoeste Asiático e Norte da África se opõem a “Israel”.
Uma mudança significativa é também observada na Europa, especialmente na Espanha, Itália e França, onde irromperam protestos massivos.
O artigo aponta os Estados Unidos como o verdadeiro divisor de águas. Pesquisas recentes indicam que 75% dos democratas americanos agora têm uma visão desfavorável de “Israel”. Até mesmo entre os republicanos, quase 42% estariam se tornando críticos, devido a políticas percebidas como “‘Israel primeiro’ em vez de ‘América Primeiro'”.
Apesar da crescente desaprovação global, a Press TV afirma que “Israel” permanece protegido de consequências devido aos seus aliados, sendo os EUA o principal.
Os Estados Unidos usaram seu poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas múltiplas vezes para bloquear resoluções de cessar-fogo. A primeira ocorreu em dezembro de 2023, e o país “vetou mais cinco tentativas de cessar-fogo ao longo de dois anos, permitindo a morte transmitida ao vivo de mais de 76.000 palestinos”, segundo os números citados no artigo.
A reportagem enfatiza que o regime sionista tem sido sustentado desde 1948 por ajuda financeira, assistência militar e apoio político do imperialismo. Somente os Estados Unidos forneceram mais de US$300 bilhões em ajuda, o maior valor para qualquer aliado no pós-Segunda Guerra Mundial, incluindo pacotes anuais de ajuda militar de US$3,8 bilhões.
O artigo traça um paralelo entre o histórico colonial de “Israel” e de muitos países imperialistas, concluindo que essa “história partilhada de brutalidade, ocupação e colonialismo” permitiu que “Israel” fosse visto como um parceiro, enquanto o resto do mundo o vê como um “assassino da humanidade”.





