De setembro para outubro de 2025, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que engloba o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, subiu 0,6 ponto percentual (p.p.), atingindo o patamar de 78,6% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a R$9,9 trilhões.
A dívida bruta, de R$9,9 trilhões em outubro, subiu R$872 bilhões no acumulado de 2025. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pelos gastos com juros da dívida, que representaram 7,4 pontos percentuais (p.p.) na alta da dívida em relação ao PIB neste ano. Desde o início do governo Lula, o estoque da dívida cresceu R$2,6 trilhões.
Em dezembro de 2022, a DBGG era de 71,7% do PIB. A comparação com os 78,6% registrados em outubro de 2025 mostra um salto de 6,9 pontos percentuais (p.p.), ou seja, quase 7 p.p. de aumento. Em valores nominais, o estoque da dívida cresceu R$2,6 trilhões no terceiro mandato do presidente, conforme dados do Banco Central (BC), Estatísticas Fiscais.
Este resultado é resultado da política de juros altos adotada pelo Banco Central. A manutenção de taxas de juros elevadas – a mais alta do planeta – favorece o sistema financeiro e os grandes bancos, o que compromete o desenvolvimento nacional.
Apenas no mês de outubro de 2025, o Setor Público Consolidado (formado pela União, estados, municípios e estatais) gastou R$113,9 bilhões com juros da dívida. No mesmo mês do ano anterior (outubro de 2024), o gasto havia sido de R$111,6 bilhões, o que confirma o aumento da despesa com juros.
No acumulado de doze meses encerrados em outubro de 2025, os gastos com juros da dívida totalizaram R$ 987,2 bilhões, o equivalente a 7,88% do PIB, configurando um recorde nominal da série histórica. Para se ter uma ideia do crescimento, nos doze meses encerrados em outubro de 2024, esses gastos somaram R$869,3 bilhões (7,48% do PIB). Os dados demonstram que a despesa com a dívida aumenta substancialmente ano após ano.
Segundo os dados do Banco Central, o resultado primário (que não inclui o pagamento de juros) aponta para a deterioração das contas:
“O setor público consolidado registrou superávit primário de R$32,4 bilhões em outubro, ante superávit de R$36,9 bilhões no mesmo mês de 2024. Houve superávit de R$36,2 bilhões no Governo Central e déficits de R$3,6 bilhões nos governos regionais e de R$149 milhões nas empresas estatais. Em doze meses, o setor público consolidado acumulou déficit primário de R$37,7 bilhões, 0,30% do PIB, ante déficit de R$33,2 bilhões, 0,27% do PIB, nos doze meses acumulados até setembro.”
Embora o setor público tenha registrado um superávit primário em outubro, o valor diminuiu: em outubro de 2024, foi de R$36,9 bilhões, caindo para R$32,4 bilhões em outubro de 2025. Como os gastos com juros da dívida são muito superiores ao superávit primário (R$ 113,9 bilhões em outubro), as contas do governo acabam registrando um déficit nominal. O resultado nominal de outubro de 2025 foi um déficit de R$81,5 bilhões. Os dados mostram que, embora o Governo Federal tenha tido superávit primário, o resultado foi negativo nos governos regionais e nas empresas estatais.
Dessa forma, a economia anda para trás, pois a dívida pública engole o desenvolvimento nacional, jogando o peso da crise gigantesca do sistema capitalista nas costas dos trabalhadores e do povo pobre das periferias.
Sem investimentos, não se geram mais empregos, os salários continuam aquém do mínimo necessário para a sobrevivência dos trabalhadores, e a saúde e a educação sofrem perdas constantes de orçamento.
O País não consegue se desenvolver nesse ciclo vicioso, onde as elevadíssimas taxas de juros consomem quase metade dos recursos arrecadados através de impostos. As empresas, por sua vez, preferem aplicar no sistema financeiro, onde esses ganhos superam e muito os lucros obtidos com investimentos no setor produtivo.





