Na última segunda-feira (14), um homem foi detido pela Polícia Federal (PF) após críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mesmo foi levado à delegacia para prestar esclarecimentos e responderá pelo crime de injúria. Esse é mais um caso que faz parte da campanha que o imperialismo promove contra o direito à liberdade de expressão no Brasil e no mundo.
Segundo a Secretária de Comunicação da Presidência da República (Secom), durante o deslocamento da comitiva de Lula, que passava por Goytacazes (RJ) na BR-101, para inaugurar um prédio na Universidade Federal Fluminense (UFF), um carro teria emparelhado com o comboio presidencial e o motorista teria dito: “Lula, ladrão”. Assim, a PF teria considerado a ação do homem de “temerária”.
Este caso causa confusão dentro da esquerda em virtude da posição de “conveniência” adotada por alguns setores. Os melhores exemplos para demonstrar essa posição contraditória são a operação Lava-jato, uma farsa judicial que supriu preceitos fundamentais como a “presunção de inocência”, entre outras violações como a falta de materialidade para condenar Lula, e a atual ação conduzida por Alexandre de Moraes contra Bolsonaro onde, além de aspectos daquela ação judicial, o juiz é também acusador e produz provas.
Da mesma forma que a base do bolsonarismo apoiou Sérgio Moro na condenação de Lula sem suspeitar que essas arbitrariedades poderiam se voltar contra seu líder, a esquerda pequeno-burguesa semeia confusão chamando sua base a apoiar as arbitrariedades contra Bolsonaro acreditando que isso os beneficiarão e sem calcular que podem ser a próxima vítima deste tipo de operação.
Esses setores da esquerda que defendem prisão para todos que os criticam são os mesmos que chamaram Bolsonaro de genocida e de fascista. Cabe questionar, no caso de ascender ao poder um “Milei brasileiro” como planeja a burguesia, se a esquerda terá a mesma liberdade. Vale se perguntar ainda, o porquê em outros períodos da liberdade para promover ofensas, como contra Dilma Rousseff.
Evidentemente, que a resposta reside nos interesses políticos imediatos da burguesia. Neste momento, a burguesia necessita da confiança da esquerda pequeno-burguesa para aprovação de sua política repressiva para tentar salvar o regime num futuro próximo. Isto significa, como tem sido pelo menos há uma década, que estes setores estão sendo usados para manobras políticas.
Tem sido recorrente processos contra o Partido da Causa Operária, como foi em relação a críticas contra ao judiciário na figura de Alexandre de Moraes, ao parlamentar Kim Kataguiri do MBL, ao Secretário de Segurança do Mato Grosso, entre outras autoridades políticas. Nestes casos, a repressão tem sido dirigida contra lideranças e uma organização política.
Agora, a repressão está sendo dirigida contra uma pessoa comum cuja fala foi considerada uma ação temerária, não se tratando de uma ameaça em qualquer grau, nem mesmo das mais vazias. Isso significa que qualquer crítica pode ser entendida dessa mesma forma e que toda população está ameaçada, mais do que isso, uma ditadura já está se desenvolvendo no país.