Indicadores divulgados nos últimos dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram como os bancos estão empurrando a economia do País para o buraco. O objetivo não se resume a roubar mais de R$ 1,2 trilhão do povo brasileiro por meio dos juros e amortizações da fraudulenta dívida pública (ao longo de oito meses), mas, também, utilizar a retração econômica em função da taxa de juros de 15% ao ano, a maior do mundo, a fim de ser um elemento fundamental no ataque à candidatura de Lula à reeleição.
Os indicadores de conjunto estão retrocedendo. Entre eles, chama a atenção a criação de empregos formais, que em julho registrou o menor nível de contratação para esse mês desde a pandemia. Já a indústria reduziu sua capacidade produtiva em cerca de 15% e o comércio teve queda nas vendas pelo quarto mês consecutivo.
Um dos dados mais negativos da situação é a inadimplência. De acordo com o economista da CNC, Fábio Bentes, citado pelo jornal online Poder360,:
“Pesquisa da CNC registrou em agosto o recorde histórico da inadimplência no Brasil, em 15 anos. Nunca tínhamos observado uma quantidade de brasileiros sem condições de pagar suas dívidas, quase 13%”. Quase 80% das famílias estão endividadas e quase 80 milhões de brasileiros seguem negativados, com o “nome sujo”.
Quando se projeta uma evolução negativa da economia, aliada à absoluta dificuldade política do governo no Congresso e à ação da burguesia de forjar uma candidatura própria, ou seja, nem Bolsonaro e nem Lula – como já se observa nos ataques que o governo vem sofrendo da venal imprensa burguesa – pode-se antever o que a burguesia golpista prepara para o próximo período.
Lula mantém no governo “aliados” que já declaram apoio à terceira via, em subserviência aos ditadores banqueiros que trocaram um presidente do Banco Central neoliberal por outro igualmente neoliberal; fazem “vista grossa” para a ação do imperialismo dito ‘democrático’ contra o povo palestino e venezuelano; enfim, levam adiante uma política direitista que no final das contas vai favorecer apenas os inimigos do povo trabalhador e desmoralizar o próprio governo.
É preciso uma política oposta: romper com a “frente ampla” e mobilizar os trabalhadores em torno de um programa de luta, que permita desenvolver o País, e não fazê-lo retroceder.





