Coluna

Direitos Humanos são uma farsa imperialista

Agenda é frequentemente usada como pretexto para invasão de países oprimidos

Nos últimos anos, a esquerda pequeno-burguesa tem se agarrado à pauta dos direitos humanos com unhas e dentes. Assumiram essa bandeira e a transformaram em uma das suas principais plataformas, sem perceber que estavam caindo em uma armadilha. Nós já alertávamos que o impulsionamento dessa pauta era inútil, pois a direita se apropriaria de seus esforços posteriormente para perseguir a esquerda. Dito e feito. Hoje, a direita monopoliza o discurso através de reivindicações como “violações de direitos humanos contra policiais militares” — isso mesmo, contra policiais, e não por policiais, uma inversão grotesca da realidade defendida pela deputada Sâmia Bomfim, do PSOL, que se diz de esquerda, mas coordenou no congresso nacional trabalhos sobre “violações dos direitos humanos” dos policiais militares.

Essa consequência era inevitável. Embora os direitos humanos se apresentem como um princípio universal, em defesa da humanidade, na prática, são o oposto disso. Basta notar que eles foram proclamados pelas potências imperialistas, o que torna a contradição evidente: não há como o imperialismo defender universalmente toda a humanidade, pois sua própria lógica exige a espoliação de outros países. As grandes potências – Inglaterra, França, Estados Unidos – não agem em nome de um ideal humanitário, mas sim em defesa de seus próprios interesses.

A experiência histórica confirma essa tese. O imperialismo utilizou repetidamente a retórica dos direitos humanos para promover invasões e destruição, e dois exemplos são suficientes para ilustrar essa farsa. O primeiro é a invasão do Iraque, justificada com a alegação de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa e violava direitos humanos. Posteriormente, ficou provado que essas acusações eram falsas, mas o estrago já estava feito: Saddam já havia sido enforcado e o Iraque devastado. O segundo caso, mais recente, e ainda em curso é o caso da Palestina. As nações que mais discursam em prol dos direitos humanos são precisamente as que financiaram o genocídio palestino, canalizando recursos bilionários para o Estado assassino de Israel. Diante disso, só trouxas cairão na propaganda do imperialismo de que os direitos humanos estão promovendo alguma dignidade e respeito à humanidade.

Para perceber ainda mais claramente que a agenda dos direitos humanos não é uma coisa séria, basta ver que há anos se fala sobre isso no Brasil, e a situação da população carcerária, que sofre as mais graves violações de direitos humanos, não mudou em absolutamente nada. Pelo contrário, há mais de 600 mil pessoas presas no Brasil e essa quantidade só aumenta. Os presidiários têm de conviver diariamente com presídios superlotados, ratos, e comida estragada, algo que nenhum esquerdista pequeno burguês conseguiria tolerar por algumas horas.

Devemos abandonar totalmente a agenda de direitos humanos. Do contrário, poderemos ser os próximos alvos de uma invasão sob o pretexto de defendê-los. A esquerda, e nós do PCO em particular, já somos reiteradamente acusados de terroristas e antissemitas pela nossa defesa da resistência palestina. Se essa farsa continuar, o argumento dos direitos humanos poderá ser utilizado para intensificar a perseguição contra nós. É bom que a esquerda analise isso atentamente, do contrário, logo logo ela poderá terminar como Saddam Hussein.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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