A última sexta-feira (28) foi marcada por grandes mobilizações pelo Dia de Al-Quds, data criada em 1979 pelo Imã Ruhollah Khomeini, líder da revolução iraniana. O líder iraniano estabelecei que, na última sexta-feira do mês de Ramadã, os muçulmanos devem se dedicar à solidariedade com o povo palestino contra a ocupação sionista.
As celebrações que inicialmente eram realizadas apenas no Irã, mas se expandiram e agora são feitas em diversos países ao redor do mundo, como o Iêmen, o Barém e regiões da Índia.
Neste ano, o dia de Al-Quds ficou marcado que nas manifestações. Além da denúncia do genocídio promovido pelo Estado sionista e da solidariedade ao povo palestino, houve também um grande apoio à Resistência Palestina.
O presidente do parlamento iraniano Mohammad-Bagher Ghalibaf declarou que a questão da causa palestina evoluiu de ser uma preocupação islâmica e passou a ser uma questão humanitária global. A declaração foi feita nas celebrações que foram realizadas em Teerã, capital iraniana. Além de ressaltar a importância da denúncia do genocídio que ocorre contra o povo palestino, Ghalibaf também apontou a importância da Operação dilúvio de Al-Aqsa, realizado em 7 de outubro de 2023, como um ponto de virada muito importante na história e que se tratou de uma ação legítima, pois foi uma resposta dos palestinos a agressão do estado de “Israel” ocorrida nas últimas sete décadas.
Em Saná, capital do Iêmen, foi realizada uma grande manifestação em apoio ao povo palestino e a sua luta contra o sionismo, indo de acordo com a conduta do país que tem sido um importante aliado no campo de batalha e por isso tem sofrido diversas retaliações por parte do imperialismo.
Milhões de iemenitas foram às ruas para reafirmar o seu apoio a Palestina, num momento em que o país foi vítima de mais de 40 ataques aéreos por parte dos EUA. No Dia Mundial de Al-Quds os iemenitas mostraram de forma combativa que não irão ceder diante da pressão imperialista e que apoiam a resposta militar para defender o país.
As mulheres do Iêmen também participaram das manifestações na Academia Militar da capital iemenita, apoiando Gaza e a Resistência Palestina.
Mais de 75 mil palestinos participaram da oração de sexta-feira na Mesquita de Al-Aqsa, uma das mais sagradas para os muçulmanos localizada ao leste de Al-Quds (nome árabe de Jerusalém).
No Irã, onde ocorreram as maiores manifestações do Dia Internacional Al-Quds, também foi marcada pela denúncia do genocídio e do apoio a luta do povo palestino. O ministro da Defesa do Irã, Aziz Nasirzadeh, reafirmou o compromisso do país de se manter fiel à promessa feita na Revolução de 1979 pela libertação do povo palestino. Segundo um correspondente da emissora libanesa Al Mayadeen, a manifestação feita em Teerã é a maior dos últimos anos.
Como sempre, as celebrações foram marcadas por grande presença popular. Na foto, o General iraniano Qassem Soleimani, que foi quem organizou militarmente o Eixo da Resistência.
Em nota, o Movimento da Resistência Islâmica, o Hamas, celebrou ao grande apoio demonstrado pelos muçulmanos ao redor do mundo a luta do povo palestino e que Jerusalém continuará sendo a joia da coroa e o coração da causa palestina e reforçou a convocação para a realização de mais manifestações de apoio ao redor do mundo.
“Comunicado de Imprensa emitido pelo Movimento de Resistência Islâmica Hamas:
No Dia Mundial de Al-Quds: Jerusalém é o símbolo da nossa unidade e resistência contra a agressão sionista contínua
Este ano, o Dia Mundial de Al-Quds chega enquanto o nosso povo palestino continua sua resistência heroica frente à cruel agressão sionista, que afeta Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém ocupada, sob um cerco apertado e uma agressão contínua que atinge as pessoas, as pedras e as árvores.
Jerusalém, que representa a joia da coroa e o coração da causa palestina, permanecerá o centro do conflito com o inimigo sionista, e símbolo da unidade da nação na defesa dos locais sagrados.
No Dia Mundial de Al-Quds, saudamos a resistência de nosso povo em Gaza, na Jerusalém ocupada e na Cisjordânia, que enfrentam com coragem a brutal agressão sionista, e renovamos nosso compromisso com nosso povo e nossa nação, seguindo o caminho da resistência e da perseverança até a libertação e o retorno.
Jerusalém continuará sendo o centro de nossa luta contra a ocupação, e qualquer tentativa de impor fatos de judaização ou divisão temporal e espacial na Mesquita de Al-Aqsa será enfrentada com mais resistência e enfrentamento. O inimigo não conseguirá quebrar a vontade do nosso povo, que oferece sacrifícios em defesa de Jerusalém e da Mesquita de Al-Aqsa.
Agradecemos a ampla participação nas atividades da Sexta-feira da Ira pela Palestina e no Dia Mundial de Al-Quds nas capitais e cidades árabes e islâmicas, e também apreciamos o movimento popular global contínuo em apoio ao nosso povo palestino e à sua justa causa, rejeitando a agressão sionista em Gaza.
Convidamos os povos da nossa nação árabe e islâmica e os livres do mundo a fazerem os próximos dias de ira, ação e pressão para deter a agressão sionista contra nosso povo em Gaza, e trabalhar para quebrar o cerco injusto contra eles, impedindo a ocupação de continuar cometendo massacres contra civis inocentes.”