Palestina

Desde Outubro de 2023, hospitais de Gaza são alvos de ‘Israel’

Convenção de Genebra de 1949 proíbe atingir instalações de saúde, fazendo destes casos, crimes de guerra

Na última domingo (13), um ataque aéreo de “Israel” deixou o Hospital Al-Ahli, último em funcionamento no norte de Gaza, inoperante, forçando pacientes graves a buscar abrigo nas ruas. A ofensiva, parte de uma série de ataques contra o sistema de saúde palestino desde outubro de 2023, foi justificada pelo exército sionista, que, junto à agência do serviço secreto Shin Bet, alegou, sem provas, ter atingido um “complexo de comando e controle” do Hamas no hospital. A Defesa Civil de Gaza confirmou que a força aérea da ditadura sionista bombardeou o prédio.

Desde o início do conflito, pelo menos 36 hospitais em Gaza foram alvos de bombardeios, segundo a rede catarense Al Jazeera. Em 17 de outubro de 2023, centenas de pessoas abrigadas no estacionamento do Hospital Al-Ahli morreram em um ataque, após advertências do exército sionista ao diretor do hospital de que o atacariam.

A ditadura sionista atribuiu o incidente a um foguete do partido membro da Resistência Palestina Jiade Islâmica, que negou a autoria, o que comprovado posteriormente. Em 3 de novembro, um comboio de ambulâncias foi destruído fora do Hospital Al-Shifa, matando vários palestinos. No dia 21 do mesmo mês, um bombardeio no Hospital Al-Awda matou os médicos Mahmoud Abu Nujaila, Ahmad al-Sahar, da ONG Médicos Sem Fronteiras, e Ziad al-Tatari.

Em 22 de janeiro de 2024, pessoas abrigadas perto do Hospital Nasser, em Khan Younis, foram mortas durante combates e ordens de evacuação. Semanas depois, em 20 de março, uma operação no Hospital Al-Shifa resultou em 90 mortes, segundo o exército sionista, com denúncias de detenções e abusos contra civis.

O Hamas classificou o ataque como “massacre sangrento”. Em 31 de março, um novo bombardeio no pátio do Hospital Al-Aqsa matou e feriu deslocados. Entre 1º e 14 de abril, outra operação em Al-Shifa deixou centenas de mortos, incluindo médicos.

No dia 14 de outubro, mais um ataque ao Hospital Al-Aqsa, em Deir el-Balah, matou cinco pessoas e feriu 65, incendiando tendas de deslocados. Em 28 de dezembro, o diretor do Hospital Kamal Adwan Hussam Abu Safia, foi preso após um ataque que matou cerca de 20 palestinos e sequestrou 240.

O Hospital Indonésia, em Beit Lahiya, ficou inoperante em 4 de janeiro de 2025, após ataques repetidos. Em 23 de março, 15 paramédicos da Sociedade do Crescente Vermelho foram mortos em Rafá, com um vídeo confirmando a ação de forças sionistas.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, desde outubro de 2023, mais de mil profissionais de saúde morreram em Gaza, e 80% das instalações médicas foram destruídas ou danificadas. A ONU classifica esses ataques como violações da Convenção de Genebra de 1949, que proíbe atingir instalações de saúde.

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