Oriente Médio

Desde março, imperialismo já assassinou 92 pessoas no Iêmen

Mesmo sob ataques contínuos, o país segue firme em sua luta contra o imperialismo e em defesa do povo palestino

As forças armadas dos Estados Unidos voltaram a bombardear o Iêmen na quarta-feira (2), ampliando a já extensa campanha de agressões imperialistas contra o país árabe. Os ataques mais recentes ocorreram em diversas regiões do território iemenita, com destaque para a cidade de Saada, no norte, e a província de Hodeidah, na costa do Mar Vermelho.

Segundo informações divulgadas pela emissora libanesa Al Mayadeen, a aviação norte-americana realizou pelo menos quinze ataques aéreos nos arredores da cidade de Saada, seguidos de outras duas investidas nos arredores sudeste da cidade. Na mesma jornada, mísseis norte-americanos atingiram Ras Issa, em al-Salif, no noroeste de Hodeidah, matando um civil, ferindo dois e deixando um desaparecido. Um ataque também atingiu um carro civil na área de Qahaza, ao sul da capital Saná.

Além dos ataques diretamente letais, os EUA voltaram a investir contra a infraestrutura civil iemenita, mirando a população mais pobre. Uma das ações criminosas atingiu um reservatório de água na aldeia de al-Sanif, no distrito de al-Mansuriyah, responsável pelo abastecimento de mais de 50 mil pessoas em oito vilarejos. No mesmo dia, aviões norte-americanos já haviam bombardeado o edifício da autoridade hídrica local, matando quatro funcionários e ferindo um. Outro alvo foi a rede de comunicações na montanha Nama, no distrito de Jiblah, província de Ibb, além de novas ofensivas em Washha (Hajjah) e no distrito de Sanhan, em Saná, que contabilizou cinco bombardeios.

De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde do Iêmen, Anis al-Asbahi, os ataques promovidos pelos Estados Unidos desde meados de março já causaram a morte de ao menos 92 civis e feriram outros 165. Trata-se de uma escalada da agressão coordenada por Estados Unidos, Grã-Bretanha e pela entidade sionista, iniciada após o início das operações de apoio do Iêmen à Faixa de Gaza, em novembro do ano passado. No total, desde então, a campanha já deixou 250 mortos e mais de 700 feridos.

O jornal britânico The Guardian revelou que, segundo organizações humanitárias que atuam no país, os ataques norte-americanos têm agravado de maneira significativa a já gravíssima situação social do Iêmen. A ofensiva, além de causar baixas civis e destruição da infraestrutura básica, impede o funcionamento de agências humanitárias e agrava a escassez de água, alimentos e medicamentos.

Apesar da brutalidade dos ataques, a resistência do povo iemenita segue firme. Em resposta aos 36 bombardeios realizados nas últimas horas, as Forças Armadas do Iêmen (YAF) anunciaram, também na quarta-feira (3), uma nova operação militar contra a presença imperialista na região. Segundo o general de brigada Iahia Saree, as forças navais, aéreas e de mísseis do país realizaram uma operação coordenada contra o porta-aviões norte-americano USS Harry Truman e navios de guerra que o escoltavam no norte do Mar Vermelho. A ação, que durou várias horas, utilizou mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados (VANTs), atingindo seus objetivos e ajudando a frustrar parte da agressão em curso.

No mesmo dia, os iemenitas anunciaram a derrubada de mais um VANT MQ-9 dos Estados Unidos, que realizava missões ofensivas na província de Hodeidah. Com isso, já são 17 VANTs abatidos desde o início da chamada Batalha da Vitória Prometida e da Jiade Sagrada, operações militares conduzidas em apoio à luta do povo palestino contra o genocídio promovido por “Israel” na Faixa de Gaza.

O comandante da resistência iemenita, Sayyed Abdul-Malik al-Houthi, reiterou que as ações do imperialismo não deterão o Iêmen. As operações militares continuarão enquanto persistirem os ataques contra o povo palestino e o cerco criminoso à Faixa de Gaza. O povo iemenita, mesmo diante da fome, do bloqueio e das bombas imperialistas, reafirma seu papel na linha de frente da luta contra o sionismo e contra a dominação estrangeira no Oriente Médio.

Confira, abaixo, nota emitida pelo exército iemenita na manhã desta quarta-feira (3, horário de Brasília):

“Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso

Alá, o Altíssimo, diz:

‘Ó vós que credes, se ajudardes Alá, Ele vos ajudará e firmará os vossos passos.’

Esta é a verdade de Alá, o Altíssimo.

O inimigo americano lançou, nas últimas horas, uma agressão flagrante contra nosso país, com mais de 36 ataques aéreos que atingiram diversas áreas nas províncias de Sana’a, Sa’dah e outras, resultando em diversos mártires e feridos.

Em resposta a essa agressão, as forças navais, a força aérea de drones e a força de mísseis das Forças Armadas do Iêmen, com o auxílio de Alá, realizaram uma operação militar conjunta e qualitativa.

Elas atacaram o porta-aviões norte-americano Truman e os navios de guerra que o acompanham, no norte do Mar Vermelho, utilizando diversos mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados.

A operação alcançou com êxito seus objetivos, graças a Alá.

O confronto se estendeu por várias horas, e parte do ataque contra nosso país foi frustrado.

As Forças Armadas do Iêmen, com o auxílio de Alá, continuarão a alvejar todos os navios de guerra americanos e todas as fontes de ameaça na área de operações declarada.

As investidas agressivas não as dissuadirão de cumprir seus deveres religiosos, morais e humanitários para com o povo palestino oprimido.

Suas operações militares no interior da entidade sionista, na Palestina ocupada, continuam e não cessarão até que a agressão contra Gaza seja interrompida e o cerco seja levantado.

Saná,

5 de Shawwal de 1446 A.H.

3 de abril de 2025

Emitido pelas Forças Armadas do Iêmen”

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