A Justiça Eleitoral de Minas Gerais tornou réus o deputado federal Nikolas Ferreira e o deputado estadual Bruno Engler, ambos do Partido Liberal (PL), sob a acusação de crimes eleitorais por disseminarem conteúdo considerado falso no segundo turno das eleições municipais da capital, Belo Horizonte. O material foi dirigido contra o ex-prefeito da cidade, Fuad Noman (PSD). Em caso de condenação, os deputados podem perder seus direitos políticos e ser obrigados a pagar indenização por danos morais e coletivos.
A acusação afirma que Nikolas e Bruno disseminaram, nos últimos dias da campanha, antes da eleição em questão, de maneira intensa e organizada, uma grande quantidade de desinformação sobre Fuad, utilizando-se de emissoras de TV, rádio e redes sociais.
Além disso, os acusados insinuaram que o ex-prefeito teria permitido o contato de crianças com conteúdo sexual em um festival de quadrinhos e sugeriram que ele também seria conivente com outros crimes contra crianças, com base na análise de um livro escrito por Fuad, então candidato à prefeitura de Belo Horizonte.
Fuad venceu as eleições, mas faleceu no último mês de março. A Justiça afirma que a atuação de Nikolas Ferreira foi fundamental para a ampla divulgação das informações caluniosas, uma vez que o deputado possui grande alcance nas redes sociais. Também o acusa de ter descumprido, durante o próprio período eleitoral, ordens judiciais que determinavam a remoção da desinformação divulgada.
O processo ainda inclui acusações contra outros membros do PL, como a deputada Delegada Sheila e a coronel Cláudia, que foi vice na chapa de Bruno Engler para a prefeitura. A decisão, publicada na última sexta-feira, dia 25, alega violação às leis eleitorais.
Trata-se de mais um caso de perseguição política por parte do Poder Judiciário, que atualmente mira a extrema direita, com o apoio da maior parte da esquerda nacional — a mesma que parece ter se esquecido de quando Lula e Dilma foram perseguidos por esse mesmo poder.
Esses setores adotam, assim, uma política de conveniência, apoiando arbitrariedades contra seus inimigos políticos, ignorando que essa repressão, quando se volta contra a esquerda, assume formas ainda mais destrutivas — como já vem ocorrendo e tende a se intensificar num futuro próximo.
Basta observar as tentativas do Judiciário de cassar o Partido da Causa Operária (PCO), além da perseguição sofrida no Brasil pelos defensores da resistência palestina.





