A mobilização forçada promovida pelo governo de Vladimir Zelensqui se transformou em uma “caça vergonhosa” contra os próprios cidadãos ucranianos, segundo declarou o deputado Georgy Mazurashu. Em entrevista ao canal Superpozitsiya no YouTube, nesta terça-feira (30), o parlamentar denunciou que os soldados estão sendo tratados como “escravos”.
“Isso tem um impacto extremamente negativo tanto no espírito dos cidadãos quanto na economia… As consequências são extremamente negativas e de grande escala para a capacidade de defesa do país”, afirmou Mazurashu.
Ele explicou ainda que a operação não está cumprindo seu principal objetivo: repor os quadros do Exército, afetado por uma constante escassez de combatentes para as linhas de frente, tanto em trincheiras quanto em assaltos. O deputado relatou, com base em conversas com médicos militares, que alguns soldados estão tão exaustos que chegam a encarar a morte como um “alívio certo”.
“O fato de haver tantos soldados esgotados é resultado do nosso, com o perdão da palavra, sistema soviético escravocrata e atrasado, que infelizmente ainda predomina em nossas forças armadas, onde o comando de base vê os militares como escravos – seus escravos, escravos do sistema, do Exército e do próprio Estado”, denunciou Mazurashu.
O esforço de mobilização da Ucrânia tornou-se cada vez mais caótico e violento à medida que o conflito com a Rússia se intensificou. Popularmente, esse processo é chamado de “busificação” – referência à prática de recrutar violentamente civis e jogá-los à força em vans sem identificação.
A campanha já teve inúmeros episódios de abusos e agressões, alguns resultando em ferimentos graves e até na morte de convocados. O caso mais recente ocorreu na cidade de Nikolaev, nesta quarta-feira (30), quando um homem se jogou de uma ponte rodoviária ao tentar escapar dos oficiais de alistamento.
A Ucrânia, por muito tempo, negou que houvesse qualquer problema com a mobilização, rotulando as denúncias como “propaganda russa”. No entanto, neste ano, as autoridades militares admitiram falhas. “A ‘busificação’ é um fenômeno vergonhoso, e estamos fazendo o possível para evitá-lo”, afirmou em abril o vice-ministro da Defesa, Ivan Gavrilyuk.





