Os sucessivos ataques à liberdade de expressão e aos direitos democráticos em geral revelam que o regime político supostamente “democrático” está liquidando os princípios verdadeiramente democráticos para sobreviver. Isso mostra que, no final das contas, o que se chama de “democracia” é, na verdade, uma ilusão.
Os regimes pretensamente democráticos — que, ainda que sejam ditaduras, são mais sólidos nos países europeus e nos Estados Unidos — nada mais são que a forma de dominação do grande capital. É uma forma conveniente que permite suavizar os atritos de classe e os conflitos sociais. Isto é, uma forma que permite continuar a política de guerra contra a população que é o regime capitalista.
No regime dito “democrático”, o povo morre de fome, não tem emprego, não tem onde morar, mas, ao menos, tem o direito de votar. Tem, supostamente, liberdade de imprensa e liberdade de expressão. O que aparece como “democracia” — isto é, um regime com direitos democráticos — é uma espécie de prêmio de consolação para os completamente derrotados.
O pior de tudo é que este prêmio de consolação sequer é real. A “democracia” não tem como fim permitir o desenvolvimento da luta social. Na medida em que esta forma não satisfaz as necessidades de dominação do grande capital e os oprimidos começam a se movimentar, exigindo mudanças econômicas, a “democracia” cai por terra. A liberdade de imprensa, de greve, de manifestação e de expressão vão sendo tolhidos, uma a uma.





