Estados Unidos

‘Democracia’ dos EUA é história de golpes, guerras e genocídios

Lula, em entrevista à The New Yorker, falou sobre suposta "democracia" defendida pelos EUA no pós-Segunda Guerra Mundial

Lula e Biden

Em entrevista recente concedida à revista The New Yorker, o presidente Lula tratou de várias questões, mas tendo como problema central a relação entre ele e outros governantes com o presidente dos EUA, Donald Trump. A matéria, intitulada em tradução livre “Presidente do Brasil Enfrenta um Mundo em Transformação” (Brazil’s President Confronts a Changing World), é uma entrevista do jornalista com Lula, em que são discutidos esses temas e outros, como ecologia, livre-mercado, etc.

Toda a colocação de Lula gira em torno de demonstrar por que Donald Trump não seria um verdadeiro “democrata”. Com base em um discurso que Lula teria visto Trump fazer para o Congresso pela televisão e o qual o próprio Lula não especifica, qual é, o Presidente da República demonstra seu incômodo com certas colocações de Trump e com a reação dos parlamentares, afirmando que “Aqueles republicanos [estavam] aplaudindo qualquer bobagem que ele dizia”. Ao relatar suas preocupações com Donald Trump (embora abstratamente e colocando como único problema a questão das tarifas que tanto incomodam o imperialismo), Lula diz “A democracia com a qual aprendemos a conviver após a Segunda Guerra Mundial, o funcionamento do multilateralismo como papel importante nas relações entre os Estados, o respeito à diversidade, a soberania de cada país — tudo isso está agora se esvaindo”, disse ele. “O que virá a seguir, não sabemos”.

A consideração de Lula a respeito do que seria o “sistema democrático” do pós-Segunda Guerra é totalmente errada. O presidente do Brasil, infelizmente, comprou a versão difundida pelo imperialismo norte-americano de que a derrota do nazismo alemão naquele período, que permitiu o domínio do imperialismo supostamente “democrático”, representado principalmente pelos EUA, sobre o restante do mundo, teria sido um processo que vinha transformando o mundo em uma grande democracia planetária. No entanto, isso está muito distante da realidade.

O período em que o mundo foi dominado pelo imperialismo norte-americano é tudo menos um período de crescimento da democracia. Ao redor do mundo, foram dados diversos golpes de estado em todo o planeta. Apenas na América Latina, temos diversos golpes sangrentos, por exemplo, Guatemala em 1954, Brasil em 1964, Argentina em 1976, Chile em 1973, e muitos outros. Isso sem falar em diversos outros países do mundo. Em todos esses lugares, o regime nazista de Adolf Hitler pareceria uma brincadeirinha de criança.

Embora Lula tenha vivido sob a ditadura militar no Brasil, parece não haver de sua parte a compreensão de que foi um regime ditatorial e persecutório contra toda a população, e o mesmo ocorreu em diversos outros países.

Além disso, é preciso destacar todas as guerras e ações militares criminosas promovidas pelo imperialismo ao longo de todos esses anos. O exemplo mais atual e escandaloso é o da Faixa de Gaza, onde o estado de ‘Israel’, apoiado e financiado pelo imperialismo mundial, promove um genocídio escandaloso, jogando bombas e armamentos de última geração sobre uma população civil que vive, muitas vezes em tendas. Os alvos principais são mulheres e crianças, um crime de proporções gigantescas perpetrado pelos tais “democratas” defendidos por Lula.

Em sua entrevista, Lula afirma que tinha a intenção de fazer um bloco político com todos os líderes “progressistas” do mundo, mas considero que esse setor estaria muito sub-representado entre os líderes mundiais, mudando, então, para os “democratas”, o que o fez se aproximar de figuras macabras como Joe Biden, Emmanuel Macron e outros.

Esse grande erro político colocou a política externa de Lula em um caminho totalmente errado. O presidente do Brasil optou por não apoiar o governo Maduro quando este estava sendo assediado e quando houve tentativa de golpe contra ele na Venezuela. Além disso, Lula também não se colocou claramente ao lado da Resistência ou mesmo do povo palestino em meio ao genocídio de Netanyahu, mantendo relações com ‘Israel’ e até chamando o Hamas de grupo terrorista.

A ideia de que há um mundo democrático, liderado pelos EUA é muito perniciosa e faz toda uma parte da esquerda brasileira tomar posições extremamente pró-imperialistas, atravancando importantes lutas aqui no Brasil, como a da Palestina. É preciso esclarecer esse problema e deixar claro que o imperialismo não está interessado em nenhuma democracia, mas no esmagamento de toda a população mundial.

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