Liberdade de expressão

Demagogia fuleira para defender a censura

A internet é um meio, não uma causa. A miséria social e o abandono da juventude por parte do Estado — este sim um problema real — são completamente ignorados

A Folha de S.Paulo publicou, em 9 de maio, uma matéria intitulada Câmara prefere salvar golpistas a regular as redes. Sob o pretexto de combater supostos “desafios online”, a matéria faz uma defesa aberta da repressão à internet e tenta vender à população uma política de censura como se fosse uma medida de proteção à infância.

“Os desafios online tornaram-se uma praga”, afirma o jornal, mencionando casos trágicos de mortes de crianças que teriam sido influenciadas por vídeos na Internet. Em seguida, defende a necessidade de “regulamentação” das redes sociais e acusa os parlamentares de se curvarem “ao lobby das plataformas”.

Trata-se de uma velha tática: usar o pânico moral como desculpa para aplicar censura. A tentativa de associar qualquer uso livre da Internet à criminalidade é uma manipulação grosseira. O fenômeno dos “desafios perigosos” não é novo nem exclusivo da Internet. Desde muito antes do advento das redes sociais, práticas semelhantes — como o uso de drogas, jogos violentos, brincadeiras perigosas e outros comportamentos autodestrutivos — já existiam e estavam diretamente ligados à desagregação social causada pelo sistema capitalista.

É óbvio que a causa desses problemas não é a Internet, mas a miséria e a ausência de perspectivas para a juventude. O jornal, no entanto, inverte completamente a equação e afirma que a “internet sem controle dos pais ou responsáveis e sobretudo sem regulamentação” seria um fator decisivo. Ora, isso é um insulto à inteligência de qualquer leitor. A internet é um meio, não uma causa. A miséria social e o abandono da juventude por parte do Estado — este sim um problema real — são completamente ignorados.

Mas o objetivo real da Folha não é proteger ninguém. É político. É reprimir a crítica nas redes. A mesma Internet que serve para propagar vídeos de bobagens também é o principal canal de denúncia da política do imperialismo. Por isso, os jornais da burguesia querem restringi-la. O jornal reclama que “nossos parlamentares deixam-se seduzir pelo lobby das plataformas”, porque, na realidade, desejava que eles estivessem completamente a serviço do lobby da censura promovido pelo Judiciário e pela imprensa capitalista.

Além disso, a tentativa de vincular o aumento no número de deputados federais a um suposto descaso com os “desafios online” é puro diversionismo. Diz a matéria:

“Na Câmara, o desafio é diferente: elevar o número de deputados para 531 (…) e salvar os golpistas”.

Trata-se de uma completa distorção. O aumento no número de deputados está previsto na Constituição e é resultado do crescimento da população. Ao contrário do que a Folha tenta insinuar, mais deputados significam mais representação popular. A crítica ao aumento de parlamentares é pura demagogia , utilizada para justificar a imposição de medidas antidemocráticas, como a censura da Internet.

A esquerda deve denunciar o caráter reacionário dessa ofensiva. A “regulação das redes”, como tem sido proposta, não passa de um eufemismo para censura. É preciso rejeitar a campanha moralista da imprensa burguesa e defender a liberdade total de expressão.

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