No dia 21 de agosto, a revista Movimento publicou um artigo intitulado “STF deve julgar Jair Bolsonaro com firmeza para defender a democracia”. Já do próprio título começa aí a fraude política. Em nome de uma suposta “democracia”, a revista defende que um tribunal golpista, sem qualquer legitimidade, faça um julgamento político de um ex-presidente. Isso não é defesa da “democracia”, é a consagração do arbítrio judicial que, como sempre, será usado contra a esquerda.
O texto afirma: “o STF tem agora a responsabilidade histórica de dar uma resposta firme: qualquer sinal de complacência abrirá espaço para novas ofensivas autoritárias contra a democracia brasileira”. Eis o núcleo da falsificação: o tribunal deve condenar Bolsonaro não com base em provas, nem no devido processo legal, mas porque seria “um sinal político”.
Mas julgamento não é ato político, é aplicação da Lei. Se há crime, deve estar tipificado em lei, com provas concretas, direito de defesa e julgamento imparcial. Do contrário, o que se estabelece é um regime de arbítrio. Hoje o alvo é Bolsonaro, mas amanhã, com esse mesmo critério, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá carta branca para perseguir sindicatos, movimentos populares e partidos de esquerda.
Em outro trecho, a revista declara: “O julgamento de Bolsonaro será mais do que a análise da conduta de um ex-presidente: será o termômetro da disposição do país em frear, de uma vez por todas, as tentativas de golpe”. Ou seja, quem representa a “democracia” é Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, o STF e as instituições que promoveram o golpe de 2016, prenderam Lula sem crime, fraudaram as eleições de 2018 e pavimentaram o caminho para Bolsonaro.
A Movimento recicla o lixo golpista de 2016, agora travestido de “defesa da democracia”. Para eles, “democracia” é a ditadura da toga e o monopólio da imprensa golpista.
O texto ainda reforça: “De um lado, a articulação de uma extrema direita global que despreza instituições; de outro, a luta de movimentos populares e da Justiça por democracia e soberania”. Mentira descarada. O STF, a Procuradoria Geral da República (PGR) e a rede Globo nunca defenderam soberania alguma — pelo contrário, sempre agiram em consonância com os interesses do imperialismo, destruindo empresas nacionais, entregando o petróleo a vampiros que nem moram no Brasil e colocando o país sob tutela dos Estados Unidos.




