O comediante Dedé Santana, de 89 anos, denunciou a censura do identitarismo e do “politicamente correto” em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 15 de junho. O ex-Trapalhão afirmou que o humor ingênuo de seu grupo seria inviável hoje, expondo a repressão aos comediantes. O identitarismo é um inimigo das liberdades democráticas e do riso.
Dedé relembrou os Trapalhões: “não tínhamos maldade em chamar o cara de gay, de negão. O Renato me chamava de gay, de perua. Eu adorava, era engraçado”. Ele lamentou: “o politicamente correto amordaçou os comediantes. Não pode falar mais isso, não pode falar aquilo”. A fala reflete a pressão sobre humoristas, que enfrentam boicotes e processos por piadas.
Grande sucesso popular entre 1970 e 1990, os Trapalhões são criticados atualmente pelos identitários, por seu humor considerado “problemático”. Dedé defendeu: “era humor de palhaço de circo, sem maldade”. A Associação Brasileira de Comediantes relata que 70% dos humoristas temem represálias em 2024. O caso de Leo Lins, suspenso de plataformas em 2023, ilustra a censura.
