Ao mesmo tempo em que Lula deu a sua pior declaração sobre política externa de seu atual mandato, alegando que o Brasil ficaria “neutro” diante da ingerência imperialista sobre a Venezuela, seu governo deu mais um passo à direita na política doméstica, desengavetando o programa de “desestatização” criado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso. Lula deverá privatizar ao menos três hidrovias no norte do País.
Na campanha eleitoral, Lula, embalado pela mobilização contra o golpe de 2016, se comprometeu a não fazer qualquer privatização. No entanto, diante da crise do governo, que vem forçando Lula a recuos cada vez mais vergonhosos, essa promessa já foi por água abaixo. O caso mostra que a política do Partido dos Trabalhadores (PT) se tornou a seguinte: “vamos sacrificar tudo para reeleger Lula em 2026”.
O problema é que reeleger Lula em 2026 é algo com cada vez menos significado político para os trabalhadores, uma vez que o governo, para existir, para sobreviver, é obrigado a abandonar todos os seus princípios. Ele já fez um ajuste fiscal contra a população e está promovendo uma política de censura e de ataque aos direitos democráticos. Na questão internacional, Lula critica o massacre dos palestinos, mas acusou o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em várias oportunidades de ter realizado um “ataque terrorista”. O governo não rompe com “Israel” e continua enviando petróleo para a entidade sionista.
O governo Lula vai demonstrando que sequer é capaz de ser consequente com sua propaganda de “antitrumpista”. Fazer discurso contra o presidente dos Estados Unidos para defender o cartão de crédito de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mas entregar as hidrovias do País é verdadeiramente ridículo.





