A situação da Ucrânia em sua guerra imperialista contra a Rússia é calamitosa.
Conforme noticiado por este Diário, na última quinta-feira (30/10), o Ministério da Defesa da Federação Russa anunciou que Vladimir Putin, presidente do país, deu ordem para que as forças russas cessem durante seis horas os ataques às forças ucranianas, para que jornalistas possam chegar em segurança à frente em Pokrovsk (Krasnoarmeysk), Minorgrad (Dmitrov) e Kupyansk. A ordem foi dada para que a imprensa internacional e ucraniana possa testemunhar e noticiar a situação catastrófica das forças ucranianas na frente de combate.
Recentes avanços significativos das forças russas nessas cidades, que ficam no Donbas, resultaram em cercos a tropas ucranianas. No domingo (26), Valery Gerasimov, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Federação Russa, informou a Putin, durante uma reunião da alta cúpula militar, que cerca de 5.000 militares ucranianos estão cercados em Kupyansk, e aproximadamente 5.500 estão cercados em Krasnoarmeysk.
Com isso, as tropas cercadas tendem a entrar em colapso aceleradamente, pois o cerco impede a entrada de comida, munição e outros suprimentos. Situação que indica a abertura de uma nova etapa de desagregação nas forças armadas ucranianas.
Ao mesmo tempo, uma análise da revista britânica The Economist alerta que a Ucrânia precisará de cerca de US$400 bilhões nos próximos quatro anos para sustentar sua guerra criminosa contra a Rússia. Sem essa injeção massiva de recursos, o país eslavo corre o risco de ser “destruído”, e a coesão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) poderia “se romper” de forma irreversível. Como solução, a proposta é o confisco imediato dos ativos soberanos russos congelados na União Europeia (UE), uma medida inevitável para evitar a derrocada das forças ucranianas.
Diante dessa situação, o Diário Causa Operária (DCO) entrevistou Russell Souto, soldado brasileiro na linha de frente na luta contra os ucranianos. Natural de Natal, Rio Grande do Norte, o jovem de 21 anos chegou à Rússia em 2024 para continuar seus estudos em Segurança da Informação. Com o tempo, no entanto, sentiu-se chamado ao que caracterizou como “um novo propósito” e decidiu ingressar no exército russo, dedicando-se a lutar na guerra e a defender a causa do país.
Em conversa com este Diário, Russell reforça que a desagregação das forças ucranianas é absoluta e mostra que, se não fosse pelo apoio estrangeiro, a guerra já teria chegado ao fim. Ao mesmo tempo, ele desmente a propaganda da imprensa burguesa contra a Rússia e afirma que os russos já venceram a guerra independente de quanto tempo leve até o conflito chegar oficialmente ao fim.
Confira a entrevista na íntegra:
Onde você está? Estou no Oblast de Kherson, na zona de contato perto do Dnipro, vivendo e operando na cidade e arredores. A cidade tem sofrido ataques com morteiro e ataques com drones nos últimos dias.
Por que, mesmo sendo brasileiro, decidiu ir para a guerra em defesa da Rússia? Acredito que a Rússia está lutando contra a expansão da OTAN e defendendo seus interesses legítimos. Cheguei à Rússia para fins acadêmicos, mas, ao conhecer melhor o país e seus valores, me senti motivado a contribuir de forma mais direta. Por isso, decidi lutar em defesa da Rússia, então eu poderia dizer que estou lutando aqui por convicção.
O que pode nos dizer sobre a situação na linha de frente neste momento? A situação é de combate localizado e pressão contínua: há ataques com drones e artilharia frequentes, combates para segurar posições específicas e tentativas de assalto de ambos lados.
Em diversos momentos, a grande imprensa afirmou que os ucranianos estavam vencendo os russos. É fato? Não. Isso é narrativa da mídia ocidental. No terreno, a Rússia mantém vantagem e estabilidade nas posições, e todos os dias a Rússia segue avançando e conquistando mais áreas.
Vimos muitos ataques de tipo terrorista da Ucrânia contra a Rússia. Essa é a principal forma de combate dos ucranianos? E na linha de frente? Sim, com frequência. A Ucrânia realiza ataques contra civis. É importante lembrar que essa agressão não começou agora. Desde 2014, a população de origem russa no Donbass vem sendo alvo de perseguições e ataques terroristas pelo governo de Kiev.
Vocês veem muitas armas e equipamentos de outros países junto aos batalhões ucranianos? Muitas. Grande parte do armamento utilizado pelas forças ucranianas vem dos Estados Unidos e de países da OTAN, incluindo sistemas avançados, como o HIMARS.
Há soldados de outros países no exército ucraniano? Quais? Sim, há mercenários de vários países ocidentais. Existem brigadas internacionais (como a Legião Internacional) com combatentes de várias nacionalidades, incluindo europeus, americanos e até brasileiros.
A população russa apoia o exército russo? Posso dizer que sim. O povo russo é muito patriota e tem um respeito enorme pelos soldados que estão lutando. Dá para sentir o apoio em todos os lugares, nas ruas, nas conversas. Mesmo com as dificuldades, eles mantêm o orgulho e a confiança no exército.
Qual a relação entre a população ucraniana e o exército ucraniano? A população está cansada da guerra e desiludida com o governo ucraniano. Zelensqui continua sequestrando seu povo e enviando para o moedor de carne contra sua vontade. Desde o início da guerra, existem vários relatos de deserções entre os soldados ucranianos.
Você acha que a guerra se aproxima de um final? De uma vitória russa? É difícil dizer, pois o governo de Kiev continua recusando as condições impostas pela Rússia. Acredito que a guerra ainda vai se prolongar, mas uma coisa é clara: a Rússia já é vitoriosa. Agora, resta apenas determinar até onde avançará além do território já conquistado.













