Brasil

Danilo Gentilli defende Léo Lins: ‘humor não comete crimes’

Condenação de Lins à prisão é um novo e perigoso avanço da censura contra as liberdades democráticas no País

O apresentador Danilo Gentilli defendeu o comediante Léo Lins, condenado a oito anos e três meses de prisão e multa de R$1,7 milhão pelo crime de contar piadas. A condenação foi divulgada no último dia 3 enquanto na mesma data, durante o programa The Noite (no SBT), Gentilli criticou a decisão da Justiça, afirmando:

“Para quem não sabe, a terceira vara criminal federal de São Paulo condenou o comediante Leo Lins a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. Também condenou esse mesmo comediante a uma multa de R$1,4 milhão, acrescida de 300 mil de danos morais coletivos. Qual foi o crime do comediante Léo Lins? Contar piadas em um show de humor. Piadas não fraudam o INSS. Piadas não estimulam golpes. Piadas não matam gente pobre de fome. Piadas não geram gente morrendo no hospital porque o dinheiro da saúde foi desviado. Piadas não geram intolerância, não geram um preconceito. Piadas são apenas piadas.” 

Ele alertou: “uma sociedade que não sabe a diferença entre ficção e realidade, entre piada e verdade, não é uma sociedade do futuro, é uma sociedade pré-tribal”. A condenação de Lins, baseada em vídeos publicados no YouTube, é vista como censura por Gentilli.

Em 2019, o apresentador enfrentou também um processo semelhante por “piadas preconceituosas”, sendo condenado em primeira instância a seis meses de prisão, mas absolvido na segunda instância. Gentilli declarou:

“Essa é a segunda vez aqui no Brasil, que um comediante é condenado à cadeia em primeira instância. A primeira vez aconteceu comigo, alguns anos atrás. Eu fico na torcida para o bom senso prevalecer na segunda instância do Léo Lins, assim como prevaleceu na segunda instância da minha condenação.”

A Justiça considerou as piadas de Lins criminosas, violando leis contra discriminação. Dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que processos por “crimes de ódio” cresceram 30% no Brasil entre 2020 e 2024, com 60% envolvendo conteúdo online, segundo o portal da Globo g1. A condenação de Lins à prisão é um novo e perigoso avanço da censura contra as liberdades democráticas no País.

 

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