Editorial

Da ‘soberania’ ao ‘respeito’

Dias depois da ameaça se concretizar e de Trump confirmar o aumento das tarifas, a única resposta de Lula foi um apelo diplomático

lula

Quando, no início da crise deflagrada pela ofensiva econômica do governo Donald Trump, Lula reagiu dizendo que a soberania do Brasil era inegociável e que ela vinha antes até mesmo do artigo 1º da Constituição, muitos na esquerda nacional se empolgaram. Tratava-se de uma tentativa — ainda que limitada — de enfrentar o ataque direto do imperialismo norte-americano contra o setor produtivo brasileiro, através da imposição unilateral de tarifas sobre a importação de veículos, com o objetivo explícito de interferir no funcionamento do Judiciário do País. Em outras palavras, uma ingerência.

No entanto, como era de se esperar, a retórica presidencial mudou. Dias depois da ameaça, as respostas foram se tornando cada vez mais capituladoras. O governo, de forma humilhante, enviou representantes para tentar negociar com os Estados Unidos e se queixou publicamente de não ter conseguido tratar do assunto com Donald Trump. Na medida em que se propôs a negociar, o governo aceitou a ameaça. Afinal, se o Brasil fosse realmente soberano, o governo deveria ter dito: iremos suspender as relações com os Estados Unidos até que as ameaças sejam retiradas.

Após as tentativas frustradas de negociação, o discurso governista se tornou ainda mais capitulador. Em fala recente, Lula disse: “a única coisa que eu quero é ser tratado com respeito, e o presidente norte-americano não tinha o direito de anunciar as taxações como anunciou. Podia ter pegado o telefone, ligado para nós e negociado”.

O conteúdo da declaração é revelador. Diante de uma ingerência do o país mais poderoso e mais criminoso do mundo, Lula não fala mais em soberania. Fala em “respeito”. Pede educação. Reclama da falta de etiqueta do presidente dos Estados Unidos.

O discurso de Lula revela a adaptação do governo à pressão da burguesia. Pressionado pelos setores da burguesia que irão perder com as exportações para os Estados Unidos, o governo não apenas recuou diante da taxação como passou a tentar suavizar o conflito, negando-se inclusive a aplicar qualquer contramedida e a discutir o seu conteúdo político.

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