Editorial

CUT deve romper com os pelegos e convocar ato de Luta

“Centrais” patronais organizam 1º de Maio festivo, com distribuição de prêmios, patrocinado pelos capitalistas que preparam um novo golpe contra o povo trabalhador

cut bandeira

Força Sindical, CSB, CTB, UGT, NCST e Pública estão convocando um “Ato Unificado do dia 1º de Maio”, em São Paulo, tendo como eixo as palavras de ordem “Solidário, Democrático, Soberano e Sustentável” e como principal atrativo, a apresentação de “Shows e Sorteios Gratuitos de 10 carros”.

Na convocação, a CUT, maior e mais importante central sindical do País e a única criada a partir das lutas dos trabalhadores, ficou de fora, aparece apenas como “convidada”.

De forma indevida, a presidência da CUT assinou um documento inicial convocando esse ato pelego, mas o caráter claramente patronal do evento, com sorteio de automóveis doados pelas empresas que exploram os trabalhadores – que impulsionaram o golpe e o retrocesso dos últimos anos e preparam uma nova ofensiva golpista – levou a protestos no interior da Central, que acabou se afastando da iniciativa.
Campanha golpista

A maioria dessas “centrais” são pelegas e conhecidas pela atuação contra os interesses da classe trabalhadora, apoiando governos reacionários como Collor, FHC e Temer, bem como o neoliberalismo e as privatizações, as Reformas Trabalhista e da Previdência, campanhas golpistas como a do “Pato Amarelo” da FIESP, do golpe de Estado de 2016, que derrubou a presidente Dilma Rousseff.

O evento terá um custo de milhões de reais. Há vários anos, antes do governo Lula, essas centrais alegam que não tinham recursos (pois tinham enorme dependência do imposto sindical) e a CUT sempre acabou garantindo a maior parte do pagamento das despesas dos atos.

Agora, a CUT foi excluída e vão gastar milhões, adivinha quem estará patrocinando?

Trata-se de uma articulação da direita com seus filhotes no movimento sindical para promover uma divisão e preparar a próxima etapa do golpe, que deve incluir o apoio à política da direita pró-imperialista de apoiar candidatos direitistas e neoliberais, para atacar ainda mais os trabalhadores e a população pobre.

É um erro a política, de sindicalistas da CUT, de entregar a maior cidade do País e principal concentração operária do continente para os pelegos, no Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, como propõe setores que querem que a CUT faça atos regionais e não denuncie a política dos pelegos.

Mais do que nunca, é necessário que os setores classistas, da CUT e até mesmo de fora da Central, dos movimentos de luta dos trabalhadores, organizem um forte Ato de 1º de Maio, classista e de luta, independente dos pelegos e da burguesia, para celebrar os mártires da luta da classe operária de todo o Mundo, e levantar um programa próprio dos explorados diante da crise.

Um 1º de Maio de luta por reivindicações concretas como: aumento emergencial de 100% do salário-mínimo e de todos os salários; redução da jornada para 35 horas semanais sem redução dos salários; pelo não pagamento da dívida pública e dos juros aos parasitas do sistema financeiro; pela exploração do petróleo nacional; pela estatização do sistema financeiro e das empresas que foram privatizadas e pelo fim da “independência” do Banco Central, imediata redução das taxas de juros; reforma agrária com expropriação do latifúndio etc.

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