Universidade Marxista

Curso de história do Brasil: a República era inevitável

Neste sábado (3), teve início mais um módulo de "Brasil: 500 anos de história"

Neste sábado (6), na primeira aula do módulo 3 do curso Brasil 500 anos – uma interpretação marxista, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, desafiou a visão simplista e folclórica da Proclamação da República. Longe da anedota pessoal de Deodoro da Fonseca com um ministro ou da ideia de que o evento foi um mero acaso, Pimenta apresenta uma análise fundamentada nas necessidades sociais e na dinâmica de classes da época.

Segundo o dirigente, a historiografia tradicional muitas vezes trata a proclamação como uma caricatura, um acontecimento sem maior significado, quase como uma fofoca de coluna social. Essa abordagem, que se fixa em detalhes como a suposta indecisão de Deodoro, ignora a convulsão social e política que o país atravessava. O período, ao contrário do que se apresenta, foi marcado por uma série de eventos turbulentos, que só foram apaziguados com o esmagamento da resistência monarquista em Canudos.

A interpretação de Pimenta sustenta que, independentemente dos acontecimentos pontuais de 15 de novembro, a Proclamação da República atendia a necessidades sociais profundas do Brasil. O folclore, embora presente em eventos históricos como a Revolução Francesa, não é o que define o curso dos fatos. Para ele, a história não é um palco, mas um fenômeno complexo e coletivo. A ideia de que o Exército, o principal motor do movimento, agiu por capricho de um único homem é um absurdo. O Exército brasileiro da época estava em franco levante contra o Império, impulsionado por uma ideologia positivista e por sua própria composição, que era resultado de uma ampla mobilização de massas, especialmente durante a Guerra do Paraguai.

A frase lendária de que “o povo assistiu bestificado” à Proclamação da República foi rebatida por Pimenta. Ele argumenta que a participação popular foi substancial, principalmente através do Exército, que se tornou o principal “partido político” da época. As classes sociais, como a minúscula classe média urbana e os latifundiários, foram os protagonistas, arrastando o semi-proletariado urbano. A resistência mínima à queda da monarquia, aliada à decisão dos revolucionários de exilar a família real para evitar violência popular, comprova que a população não estava disposta a defender o Império.

O estudo sobre a proclamação da República será continuado no domingo, 7 de setembro.

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