Às vésperas da 33ª votação na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) sobre o fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba, o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, intensificou as críticas contra os Estados Unidos. Em uma coletiva de imprensa em Havana na quarta-feira (22), Rodríguez acusou o governo norte-americano de exercer pressões brutas e ameaças diretas sobre nações da América Latina e da Europa para influenciar seus votos contra a resolução cubana, marcada para os dias 28 e 29 de outubro.
Segundo o ministro, documentos oficiais enviados pelos EUA a governos estrangeiros contêm argumentos caluniosos e classificam Cuba como uma ameaça à paz e à segurança internacionais. Rodríguez apresentou cópias dos documentos, descrevendo-os como mentirosas e desrespeitosas à soberania dos Estados. Ele rebateu alegações de que não há bloqueio ou de que Cuba usa a resolução como arma, destacando leis extraterritoriais como a Helms-Burton e a Torricelli, que perpetuam as sanções há mais de seis décadas.
Rodríguez enfatizou os efeitos diretos das sanções na vida cotidiana dos cubanos. Um exemplo recente foi a recusa de um país em fornecer peças de reposição e combustível para uma usina termelétrica essencial, o que agravou problemas no sistema elétrico nacional. “Essas medidas não apenas violam nossa soberania, mas causam sofrimento real ao povo”, declarou o ministro.
O embargo impede a entrada de alimentos, medicamentos e equipamentos essenciais, resultando em mortes por falta de recursos. É uma política de genocídio, banalizada pela imprensa, mas que equivale a matar um povo de fome.
Há 65 anos, um memorando secreto de Lester D. Mallory, então subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos dos EUA, delineou os objetivos do bloqueio: enfraquecer a economia cubana para minar o apoio interno ao líder revolucionário Fidel Castro. “Todos os meios possíveis devem ser empregados para enfraquecer a vida econômica de Cuba”, escreveu Mallory em recomendação ao presidente Dwight D. Eisenhower.
Rodríguez, em declarações recentes, qualificou o texto como infame e denunciou que, apesar das décadas, os EUA mantém a mesma política agressiva. Ele os acusou de incluir Cuba em listas unilaterais de patrocinadores do terrorismo, e difamar a cooperação médica cubana internacional.





