O primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu pediu formalmente perdão ao presidente Isaac Herzog, em 30 de novembro de 2025, no meio de seu julgamento por corrupção iniciado em maio de 2020, que já dura mais de cinco anos com audiências regulares três vezes por semana. Ele enfrenta acusações de suborno, fraude e quebra de confiança em três casos principais, sem condenação até agora.
Caso 1000 (Presentes de Luxo): Netaniahu e sua esposa Sara são acusados de aceitar cerca de US$210 mil a US$260 mil dólares, em itens de luxo, como charutos caros, champanhe, jóias e viagens, de bilionários como o produtor de Hollywood Arnon Milchan e o magnata australiano James Packer, em troca de favores regulatórios, vistos de residência e benefícios fiscais para Milchan. Os promotores sustentam que isso configura fraude e quebra de confiança por aceitar benefícios indevidos enquanto em cargo público.
Caso 2000 (Acordo Midiático): Envolve negociações secretas entre Netaniahu, então ministro das Comunicações, e Arnon Mozes, editor do jornal Yedioth Ahronoth, para garantir cobertura jornalística favorável em troca de legislação que limitasse a circulação do concorrente Israel Hayom, ligado a Sheldon Adelson; a lei não foi aprovada, mas o acordo é visto como fraude e quebra de confiança, com Mozes também indiciado por suborno.
Caso 4000: (Favores à empresa de Telecomunicações): Considerado o mais sério, acusa Netaniahu de suborno ao aprovar regulações favoráveis à Bezeq Telecom — gerando cerca de US$500 milhões de dólares em lucros extras —, em retribuição a cobertura positiva e editorial no site Walla, controlado pelo acionista majoritário Shaul Elovich, que também enfrenta processo; inclui fraude, quebra de confiança e suborno direto.
Apoio de Donald Trump e argumentos do pedido
O pedido ganhou peso com o apoio explícito do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que em outubro de 2025 sugeriu publicamente o perdão durante discurso no Parlamento, dizendo senhor presidente, por que não lhe concede um indulto? Charutos e champanhe, quem se importa?, e enviou carta formal a Herzog em novembro,
A defesa de Netaniahu argumentou que o julgamento divide a nação, drena seu tempo de governança em meio aos conflitos com Irã e Hamas, e serve a interesses de “caçadores de bruxas”; sem admitir culpa, ele vê o perdão como essencial para unidade nacional e reformas judiciais.
O gabinete de Herzog classificou o pedido como “extraordinário” com “implicações significativas para a democracia”, encaminhando-o ao Ministério da Justiça para coletar opiniões de juristas, promotores e da oposição antes de uma futura decisão. Trata-se de caso inédito para um primeiro-ministro em exercício, com Herzog obrigado a consultar seu assessor jurídico, em meio a críticas de que o perdão poderia minar a independência judicial.


