A França retirou suas tropas de sua única base militar na Costa do Marfim, encerrando décadas de ocupação militar no país da África Ocidental.
O ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, e o ministro da Defesa marfinense, Téné Birahima Ouattara, formalizaram a transferência da base nesta quinta-feira (20), assinando um documento após a bandeira da Costa do Marfim ser hasteada no campo militar de Port-Bouet, que ocupa 230 hectares.
A base, que abrigava o 43º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (BIMA) perto de Abijan, será renomeada em homenagem a Thomas d’Aquin Ouattara, o primeiro chefe do Estado-Maior do exército marfinense.
Lecornu afirmou que, como “o mundo está mudando, é evidente que nossa relação militar também deve mudar“. No entanto, ressaltou que a presença francesa na Costa do Marfim “está se transformando, mas não desaparecendo“.
Nas últimas semanas, cerca de 100 paraquedistas marfinenses foram deslocados para a base e participaram de exercícios conjuntos com as tropas francesas.
A retirada francesa ocorre em meio a uma tendência regional de expulsão das forças francesas. Nos últimos anos, as tropas francesas foram forçadas a deixar vários países da região, incluindo Níger, Burquina Fasso, Senegal e Chade, este último antes visto como o aliado mais estável e leal da França na África.
A França foi solicitada a desativar mais de 70% de suas antigas bases militares no continente, restando apenas 1.500 soldados em Jibuti e 350 no Gabão.