A principal agência de compras da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) suspendeu múltiplos contratos com a maior produtora de armamentos de “Israel”, a Elbit Systems, em meio a uma investigação de corrupção que já provocou várias prisões na Europa. As revelações expostas pelo jornal francês La Lettre mostram que a fabricante sionista teria recorrido a intermediários para subornar funcionários da OTAN e garantir contratos multimilionários, elevando o nível do escândalo a um problema grave de falta de transparência dentro das estruturas militares do imperialismo.
Segundo as investigações, Elbit Systems teria atuado utilizando um consultor intermediário, Eliau Eluasvili, cidadão italiano de 60 anos, que estaria envolvido na propina de funcionários da Agência de Apoio e Aquisições da OTAN (AAAO). Desde o final de setembro, Eluasvili está foragido após um tribunal belga emitir um mandado internacional de prisão. Documentos internos da agência da OTAN, datados de julho, apontam para a suspensão de 15 contratos, 13 deles diretamente ligados à Elbit ou sua subsidiária Orion Advanced Systems, incluindo fornecimento de fusíveis, sinalizadores para aeronaves, projéteis de artilharia de 155 mm e modernizações para navios patrulha portugueses.
Além disso, a fabricante de “Israel” foi barrada de participar de novas licitações até o encerramento do inquérito. O escândalo trouxe à luz uma rede obscura de operadores privados que estão explorando a chamada “porta giratória”, onde ex-funcionários da agência atuam como consultores para empresas do setor de defesa, ampliando os riscos de corrupção.
Esse cenário se intensifica no contexto da explosão dos orçamentos militares europeus, impulsionada por um esforço coletivo para armar a Ucrânia contra a Rússia, além da postura cada vez mais belicosa adotada pela União Europeia (UE) contra os russos. As reportagens sugerem que essa conjuntura política criou terreno fértil para a expansão desses esquemas ilícitos, alimentando interesses escusos dentro dos órgãos de “defesa” da UE.
Enquanto isso, o papel estratégico da OTAN e o apoio irrestrito dado a “Israel” revelam um quadro ainda mais preocupante. O Estado sionista, além de ser um dos maiores beneficiários desses contratos militares, continua cometendo crimes graves contra a população palestina. Organizações de direitos humanos do mundo inteiro vêm denunciando inúmeras vezes que os sionistas mantêm uma política sistemática de genocídio, marcada pela construção de assentamentos ilegais, expulsão forçada, bombardeios indiscriminados em Gaza e repressão violenta contra palestinos.
A já esperada combinação da corrupção dentro da OTAN envolvendo uma empresa de ‘Israel’ com seu histórico de violações criou uma crise interna que transcende o âmbito militar e adentra o campo do respeito aos direitos humanos e à justiça internacional demonstrado no apoio popular à Palestina. A cumplicidade dos europeus mostra como os interesses econômicos e políticos do imperialismo desprezam a vida humana.
Este escândalo é uma evidência clara de como a indústria bélica sionista, alimentada pelo financiamento europeu, é um ator central na continuidade do genocídio no Oriente Médio.





