Em sua resposta às declarações de Donald Trump, que anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e criticou o Judiciário brasileiro pela perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alegou sair em defesa da soberania nacional.
Lula declarou que o Brasil é um “país soberano com instituições independentes” e que não aceitará “ser tutelado por ninguém”. Rechaçou as acusações de Trump sobre o déficit comercial e defendeu a “autonomia” do processo judicial — isto é, da perseguição ditatorial realizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — contra os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro.
Muito bem, palavras duras contra um representante do imperialismo norte-americano, atual presidente dos Estados Unidos. Mas, até que ponto essa política é consequente?
Enquanto Lula brada contra Trump, uma figura secundária do imperialismo, o governo brasileiro segue conivente com as forças mais poderosas e perigosas do domínio imperialista mundial: o Mossad israelense, a CIA norte0-americana e seus agentes locais. O Judiciário e a Polícia Federal, sob a batuta do Mossad e da CIA, têm atuado como um braço do imperialismo ao perseguir jornalistas que denunciam o sionismo e suas práticas nefastas, ativistas pró-Palestina e simpatizantes da luta do povo do Oriente Próximo no geral. Quem ousa criticar “Israel” é reprimido, perseguido e, muitas vezes, preso.
Pior ainda: um exemplo gritante de ataque à soberania nacional é a prisão de Lucas Passos, um cidadão brasileiro acusado de ser “terrorista” e ter uma relação com o Hesbolá — partido político que é completamente legítimo para o Estado brasileiro. Repressão que faz parte de uma política sistemática que utiliza o Brasil para os interesses de Washington e Telavive.
Falar em soberania contra Trump é, no fundo, um jogo de palavras quando se permite que o setor mais poderoso do imperialismo — representado pela CIA, pelo Mossad e até pelo Supremo Tribunal Federal (STF), apresentado como “aliado da democracia” – avance sem resistência no País. Com o aval, inclusive, da esquerda.
O STF, o qual Lula e o PT apresentam como “aliados”, longe de ser um bastião do chamado Estado Democrático de Direito, serve para defender e executar a política imperialista, tornando o regime brasileiro uma verdadeira ditadura. A chamada “defesa da democracia”, nesse caso, serve como cortina de fumaça para a entrega da soberania brasileira aos interesses estrangeiros.
A verdadeira luta pela soberania do Brasil exige uma política anti-imperialista consequente, que não se limite a bravatas contra figuras como Trump. É preciso enfrentar diretamente os tentáculos do Mossad e da CIA, que operam livremente no País, e seus aliados internos, que incluem setores do Judiciário, da Polícia Federal e da imprensa burguesa. A defesa da liberdade de expressão, a libertação de presos políticos como Lucas Passos e o fim da censura a jornalistas e militantes são passos fundamentais para uma política que coloque o Brasil no caminho da verdadeira independência.
Não basta falar grosso. A soberania depende de ações concretas: romper com a subserviência ao imperialismo, desmantelar as redes de espionagem e repressão estrangeiras no País e fortalecer a luta popular contra os inimigos do povo brasileiro. Enquanto o governo Lula se limitar a discursos, sem tocar nos verdadeiros pilares do imperialismo, a defesa da soberania brasileira permanecerá somente uma palavra vazia.





