Oriente Médio

Conspirando contra o povo, governo libanês quer desarmar Hesbolá

O governo libanês e o exército não fizeram absolutamente nada contra a agressão sionista. Pelo contrário, vêm ajudando o imperialismo e sionismo no desmantelamento da resistência

Nesta terça-feira (5), o governo libanês se reuniu para votar um plano sobre a gestão de armas dentro do Líbano, isto é, para tentar desarmar o partido revolucionário xiita Hesbolá.

A reunião terminou com o adiamento de uma decisão sobre o desarmamento do partido. Os ministros do Hesbolá e do Amal, partido xiita aliado, se retiraram da reunião em protesto contra a tentativa de desarmar a Resistência.

Em declaração, o primeiro-ministro do Líbano, Nawaf Salam, afirmou que “decidimos continuar o debate sobre a proposta dos EUA [para desarmar o Hesbolá] até a próxima quinta-feira”. Contudo, já considerando o desarmamento do partido como certo, ele declarou que “o exército libanês tem a tarefa de desenvolver um plano de implementação referente às armas antes do final do ano e apresentá-lo ao Conselho de Ministros para discussão antes do dia 31 deste mês”.

O desarmamento do Hesbolá é uma exigência que está sendo feita pelo imperialismo e pelo sionismo. Autoridades israelenses utilizam o fato de o Hesbolá estar armado como pretexto para continuar suas agressões criminosas contra o Líbano, bem como a ocupação de parte do sul do país. “Israel” chantageia o Líbano e povo libanês, pressionando-os ao desarmamento do partido revolucionário em troca do fim das agressões e ocupação.

O imperialismo, seja Estados Unidos, França ou outros países imperialistas, bem como seus lacaios na região, tais como a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, exigem o desarmamento do Hesbolá em troca de ajuda para a reconstrução do país, em grande parte destruído por ataques criminosos de “Israel”, entidade esta que é bancada pelos EUA e demais países imperialistas. Além disto, a Autoridade Palestina é também utilizada pelo imperialismo e pelo sionismo nessa tentativa de desarmar o Hesbolá.

O Secretário-Geral do Hesbolá, o xeque Naim Qassem, pronunciando-se sobre o ocorrido, afirmou que “se entregarmos nossas armas, a agressão não vai parar, como declaram os oficiais israelenses. A agressão ‘israelense’ é o problema, não as armas da resistência“, acrescentando que “a resistência faz parte da Constituição de Taif; está explicitamente mencionada lá. Uma questão constitucional não pode ser submetida a votação – requer consenso”.

Comentando sobre declaração ministerial que decorreu da reunião, Qassem denunciou a demagogia do governo em relação à soberania do Líbano:

A declaração ministerial fala em salvaguardar a soberania. Então, abandonar nossas armas a pedido de Israel, dos EUA e de alguns Estados árabes é uma forma de salvaguardar a soberania? A declaração ministerial fala em dissuadir agressores, mas onde está o Estado que afasta a calamidade do Líbano? Onde está a defesa das fronteiras e das linhas de frente? E se vocês dizem que são incapazes, então vamos pelo menos preservar e desenvolver nossas próprias capacidades“.

Desde que foi firmado o cessar-fogo entre o Hesbolá e “Israel”, ao fim de novembro de 2024, as forças israelenses de ocupação vem violando diariamente o acordo, seja através de bombardeios ou ataques pontuais contra cidadãos libanesa seja expandindo e consolidando sua ocupação de parte do sul do Líbano. 

O governo libanês e o exército não fizeram absolutamente nada contra a agressão sionista. Pelo contrário, vêm ajudando o imperialismo e sionismo na destruição das estruturas do Hesbolá no sul do país e na tentativa de desarmar os revolucionários xiitas.

Tanto é assim que, há uma semana, o presidente libanês, Joseph Aoun, colocado no poder pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita, declarou que o Hesbolá deve “apostar no Estado”, e que “é meu dever e o dever de todos os partidos políticos aproveitar a oportunidade histórica e pressionar sem hesitação para afirmar a exclusividade das armas nas mãos do exército e das forças de segurança hoje e antes de amanhã”.

Além disso, ainda na terça-feira, a emissora libanesa Al Manar, através de seu correspondente Ali Shoeib, divulgou imagem de uma bandeira israelense erguida na estrada Houla – Markaba, a 1km de profundidade dentro do território libanês. Em comentário, o correspondente questionou: “o Primeiro-Ministro [Nawaf Salam], que é subserviente aos inimigos da nação, encarregou o Exército Libanês de elaborar um plano prático para removê-la de nossa terra ocupada?!”.

Ele acrescentou que, enquanto o governo libanês lutava para desarmar a resistência, tratores e escavadeiras da ocupação israelense fortificavam e expandiam bases militares hostis recém-estabelecidas dentro do território libanês, especialmente na estrada Houla-Markaba.

Ele explicou que as forças de ocupação estabeleceram bases em ambos os lados desta rota, e que é um dos cinco pontos onde as forças de ocupação israelenses ocupam posições em território libanês. 

O correspondente denunciou qu0,e a partir deste local, às vezes ocorrem operações de infiltração, além de ataques contra as cidades de Markaba e Houla, e que a posição está atualmente sendo reforçada e expandida por meio do trabalho de um grande número de veículos e tratores em operações de fortificação e reforço deste local, o que indica a intenção do exército de ocupação israelense de permanecer nesta área, em um momento em que os políticos no Líbano estão estabelecendo outra prioridade, que é desarmar a resistência, em um momento em que o exército de ocupação israelense está se consolidando e tornando uma de suas principais prioridades permanecer nesta terra, sem qualquer intenção de se retirar dela.

Nesta quarta-feira (06), o Hesbolá emitiu declaração pronunciando-se sobre o novo passo na ofensiva contrarrevolucionária contra o partido:

A decisão do governo faz parte de uma estratégia de rendição e de um claro abandono dos fundamentos da soberania do Líbano. […] Esta decisão mina a soberania do Líbano e dá a “Israel” total liberdade para interferir em sua segurança, geografia, política e existência futura. Portanto, trataremos esta decisão como se ela não existisse”. O partido acrescentou que “o acordo [de cessar-fogo] deve ser implementado primeiro pelo lado ‘israelense’, e o governo deve priorizar ‘tomar todas as medidas necessárias para libertar todas as terras libanesas da ocupação israelense’, conforme declarado em sua declaração ministerial”. 

Concluindo a declaração, o Hesbolá declarou: “ao nosso honrado povo, dizemos: É uma nuvem de verão que passará, se Deus quiser, e estamos acostumados a ser pacientes e vencer”.

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