“Professor é condenado à prisão por exibir fotos de bolsonaristas e chamá-los de terroristas”, eis o título de um artigo publicado na Folha de São Paulo neste 23 de maio. Luciano Rigolo, professor de Atibaia (SP), foi condenado a uma pena de 1 ano, 4 meses e 20 dias de detenção em regime semiaberto, além de uma multa de R$1.315,60 pela juíza Fernanda Yumi Hata.
Segundo a matéria, “em janeiro de 2023, após os atos golpistas em Brasília, ele publicou posts em suas redes sociais com a fotografia, o nome e a profissão de três pessoas, chamando-os de ‘terroristas’ e ‘golpistas’”. É interessante notar que a esquerda pequeno-burguesa, não por acaso, repete a mesma opinião da Folha sobre o 8 de janeiro: atos golpistas em Brasília.
As acusações contra Luciano Rigolo se dão por conta de publicações em rede social em que dizia “agora é começar a denunciar em todas as cidades qualquer indício de terrorismo”;“Vamos nos organizar, preparar a bandeja e entregar todos para o STF”; e em outra ocasião escreveu que “Bolsonaristas são todos terroristas, todos, pois mesmo quem não esteve presente no quebra-quebra de Brasília apoiaram, incentivaram e aplaudiram”.
Política de punição
A esquerda precisa entender que isso que está acontecendo é exatamente o que vem pedindo, que se coloque pessoas na cadeia por suas opiniões ou postagens nas redes sociais. Apenas os ingênuos acreditavam que a justiça se voltaria apenas contra a extrema direita.
Existem inúmeros juízes direitistas no Brasil e não custa utilizarem abstrações como “discurso de ódio” contra aqueles que acreditam que apenas os outros é que serão punidos.
O clima repressivo que se instalou no País, com auxílio da esquerda, está se voltando contra ela mesma. Conforme já afirmamos diversas vezes.
Na esquerda ficou famoso e se repetiu à exaustão o “paradoxo” do intolerante, de Karl Popper, que dizia que não se pode ser tolerante com os intolerantes. Poucos sabem que, para Popper, um direitista, os intolerantes eram exatamente as pessoas de esquerda. Agora, estamos vendo isso ser aplicado na prática. Um esquerdista sendo condenada por intolerância.
A esquerda pequeno-burguesa adora cair em uma armadilha. Quer colocar pessoas na cadeia por racismo, discurso de ódio, fobias. O judiciário é uma instituição do Estado burguês.
Livre expressão
Segundo o texto, a “defesa de Rigolo disse à Justiça que ‘não houve a intenção, por parte do réu, de caluniar, difamar e injuriar as pessoas citadas, mas, sim, de expressar sua livre manifestação de pensamento’”. No Brasil, no entanto, não existe liberdade de expressão, ainda que a Constituição a garanta.
Atualmente, quem defende a liberdade de expressão passou a ser agredido e chamado de fascista.
Todo tipo de aberração jurídica, de cerceamento de liberdade de expressão, que o STF promove é logo recebida com aplausos. Quem aplaudiu o fato do youtuber Monark ser condenado por chamar um ministro do Supremo de ‘gordola’, agora vai dizer o quê?
A defesa de Rigolo também afirmou que “em momento algum, disse que eram autores da prática do crime de terrorismo. Em momento algum, afirmou que integravam organização criminosa”. E mais: “é certo que sua insatisfação foi externada de modo genérico, cujas críticas se inserem no exercício da liberdade de expressão, fundada na opinião política, diante do cenário vivenciado à época dos fatos”. A juíza, por sua vez, respondeu que “apesar da negativa do réu, não há como acreditar na sua versão” e apelou para publicações no Facebook.
Rigolo foi condenado a detenção no semiaberto, o que significa que pode tralhar durante o dia para depois regressar à unidade para pernoitar.
O professor ainda pode recorrer da decisão. Vale lembrar que a esquerda também apoia o julgamento dos manifestantes do 8 de janeiro diretamente pelo Supremo, o que significa que não poderão recorrer.
O STF teria que ter remetido os casos para a primeira instância para que se pudesse exercer o amplo direito de defesa. No entanto, os defensores do “estado democrático de direito” se esquecem desse detalhe.
Ludibriada pelo identitarismo, a esquerda caiu em uma armadilha. O clima repressivo só pode levar ao fechamento do regime. E o regime, que é burguês, atuará sempre com mais força contra os trabalhadores.





