O tenente-general da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã Qassem Soleimani, assassinado há cinco anos neste dia 3, foi o responsável por organizar o Eixo da Resistência contra as investidas dos países imperialistas, em especial os Estados Unidos e seus vassalos, com destaque para a ocupação militar sionista chamada ‘Israel’. Vale lembrar seu papel crucial na luta contra outra criação do imperialismo, o chamado Estado Islâmico (EI) que atuou na Síria e no Iraque.
A Síria ocupa posição importantíssima na região, fazendo fronteira com Líbano, Palestina, Jordânia, Iraque e Turquia. O assédio ao país vinha se arrastando desde 2011 e Soleimani teve atuação destacada na vitória síria contra o EI.
Segundo o sítio iraniano em inglês Tehran Times, o general interveio na Resistência, lutando contra a tentativa de derrubar o governo Assad. Foram citadas informações presentes no livro Sobh al-Sham, escrito por Hossein Amir Abdollahian a pedido do próprio Soleimani. Abdollahian morreu em 2024 junto com o presidente iraniano Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero.
Soleimani organizou as Forças Tigre no meio da guerra civil na Síria, uma força de elite do exército encabeçada por Souheil al-Hassan. As Forças Tigre foram fundamentais na defesa síria, vencendo diversas batalhas importantes, com destaque para a conquista da cidade de Alepo. O incansável general trabalhou tanto na organização do exército sírio quanto na organização das milícias xiitas que lutavam na defesa do país.
Abdollahian explica como a defesa da Síria foi assumida como uma tarefa de autodefesa para o Irã e seus aliados. Segundo o mártir, a escolha da Síria foi feita diante do elevado risco em tentar um golpe do tipo no Irã, que possui uma capacidade de resposta militar muito superior: “não é possível atacar Teerã e sair da batalha sem perdas”. A obra indica também como os sionistas tentaram se aproveitar da guerra civil instalada na Síria para atacar Gaza, numa operação que visava destruir depósitos de armas da Resistência Palestina.
Qassem Soleimani foi o grande responsável por construir essa rede entre diversos grupos da Resistência no Oriente Médio. ‘Israel’ falhou na ocasião em Gaza e o próprio general esteve na Batalha de Alepo, que marcou a derrota dos golpistas na Síria em 2016. Seu legado na organização da luta armada contra o imperialismo foi lembrado quando ocorreu a operação Dilúvio de al-Aqsa, em 7 de outubro de 2023, liderada pelo Hamas e com a participação de vários partidos revolucionários. Mais de um após a ousada rebelião palestina, ‘Israel’ segue sem derrotar a Resistência, mesmo com o financiamento pesado dos Estados Unidos.
Diante da ofensiva imperialista, os iranianos laçaram mão do seu melhor homem para a defesa da Síria quando o governo Assad pediu por ajuda. A derrota do imperialismo construída por Soleimani serviu para consolidar a união das forças revolucionárias árabe e criar o Eixo da Resistência, que segue numa luta heroica contra a mais poderosa máquina de guerra que o mundo já viu. Graças ao trabalho de Soleimani, as relações entre o governo Assad e o Hamas foram retomadas, um trabalho de diplomacia muito valoroso.
O sucesso da derrubada do governo sírio no começo do mês passado foi um duro golpe contra os povos do Oriente Médio, mas o trabalho de organização realizado por Soleimani continua presente e o Eixo da Resistência segue colhendo vitórias na luta contra o imperialismo.
https://www.tehrantimes.com/news/508193/Why-did-Iran-send-Gen-Soleimani-to-Syria
Golpe de Estado na Síria foi política desesperada e improvisada