A ofensiva criminosa de “Israel” contra o Irã, em 13 de junho, levada a cabo sem qualquer provocação, foi justificada com base na suposta “ameaça nuclear” representada pela República Islâmica. No entanto, o próprio governo norte-americano já havia reconhecido, ainda em 2007, que os iranianos haviam encerrado, em 2003, qualquer pesquisa ligada à obtenção de armas nucleares — algo reiterado até mesmo pelo serviço secreto israelense, o Mossad.
A ironia é evidente: o mesmo regime que acusa o Irã de desenvolver armas atômicas é detentor de um arsenal nuclear não declarado, construído por meio de mentiras, espionagem, chantagens e apoio direto das potências imperialistas. A farsa da “ameaça iraniana” serve apenas para justificar ataques sionistas e a dominação sobre o Oriente Médio.
O arsenal atômico do sionismo
Desde os anos 1950, o Estado sionista desenvolve secretamente armas nucleares. Em 1957, um acordo clandestino com a França permitiu a construção do reator de Dimona, que passou a abrigar um centro subterrâneo de produção de plutônio para fins militares. Os Estados Unidos só tomaram conhecimento da instalação em 1960, e, mesmo assim, optaram por manter a farsa.
Relatórios secretos da CIA já naquela época apontavam a função militar do projeto. Ainda assim, o governo norte-americano fez vista grossa. O presidente John F. Kennedy tentou barrar o programa, exigindo inspeções regulares. Foi enganado. Técnicos franceses e israelenses ocultaram as verdadeiras instalações durante visitas oficiais, mentindo descaradamente aos inspetores.
Kennedy foi assassinado em 1963. Não faltam indícios de que seu assassinato está ligado à sua posição contrária ao programa nuclear sionista. Mordechai Vanunu, técnico da central de Dimona, afirmou em 2004 que o presidente foi morto por pressões relacionadas à exigência de inspeções em Dimona. O próprio ex-chefe da contraespionagem da CIA, James Jesus Angleton — figura central nos laços entre a inteligência dos EUA e o regime sionista — mantinha Oswald sob vigilância permanente antes do atentado, segundo documentos oficiais liberados décadas depois.
Terrorismo nuclear
A dimensão do projeto nuclear de “Israel” é de conhecimento público. Martin van Creveld, teórico militar israelense, declarou em 2003: “Temos várias centenas de ogivas atômicas e mísseis. Podemos lançá-los em todas as direções, talvez até em Roma… Podemos levar o mundo conosco para o inferno. E posso assegurar que isso acontecerá antes de Israel desaparecer”.
Trata-se da chamada “opção Sansão”: caso a entidade sionista se sinta ameaçada, pode lançar ataques nucleares preventivos não só contra vizinhos, mas também contra seus próprios aliados ocidentais. É o terrorismo de Estado levado à sua forma mais absoluta.
Em novembro de 2023, um ministro de Netaniahu chegou a sugerir o uso de bombas nucleares contra Gaza. Foi repreendido, mas o programa nuclear permanece intacto, assim como a ameaça contra toda a humanidade. O caso de Mordechai Vanunu é emblemático: por denunciar o arsenal atômico de Dimona ao jornal britânico The Sunday Times, foi sequestrado pelo Mossad, julgado secretamente e preso por 18 anos, 11 deles em isolamento. Desde sua libertação em 2004, vive sob vigilância constante, sofrendo perseguições e novas prisões. Mesmo organizações como a Anistia Internacional denunciam a violação dos direitos mais elementares do ex-técnico.
Roubo, cumplicidade e impunidade
O programa atômico sionista só foi possível graças ao apoio — direto ou indireto — das potências imperialistas. A cumplicidade da CIA, do FBI e da AEC (Comissão de Energia Atômica dos EUA) no escândalo da NUMEC, empresa que desviou 93 quilos de urânio enriquecido para “Israel” nos anos 1960, comprova isso. O diretor da empresa, Zalman Shapiro, era um sionista radical com acesso a altos círculos do governo. Após 13 anos de investigações, nenhuma punição foi aplicada.
O que se vê, portanto, é um aparato de guerra nuclear fora de qualquer controle, protegido pelas principais potências ocidentais e escondido sob uma política oficial de “ambiguidade deliberada”. Enquanto isso, a menor suspeita sobre o Irã — um país que sequer possui uma ogiva — serve de pretexto para bombardeios, sanções e ameaças permanentes.
A denúncia do imperialismo
O caso exposto pela emissora libanesa Al Mayadeen escancara uma das maiores farsas da política internacional contemporânea. Enquanto se apresenta como “ameaçado”, o regime sionista mantém a região sob constante chantagem nuclear. As armas atômicas de “Israel” não são um segredo: são uma arma de dominação política. São protegidas pelos EUA, Reino Unido e França, mas ameaçam o mundo inteiro.
É preciso denunciar o verdadeiro perigo: o arsenal atômico da entidade sionista e a cumplicidade das potências imperialistas que o sustentam. A luta pela paz no Oriente Médio passa necessariamente pela derrota do sionismo e da política de guerra comandada pelos EUA.