Como é de natural de sua própria história, a esquerda pequeno-burguesa é incapaz de elaborar uma política própria, ficando quase sempre à reboque da política esquerdista do imperialismo, algo facilmente comprovado nos atos do dia 22 de setembro.
Inegavelmente convocados pela rede Globo, as grandes manifestações tiveram reivindicações (se é possível dizer isso) que deixariam qualquer galinha integralista com inveja, mas, mesmo assim, bradam os esquerdistas que “O domingo, 22 de setembro de 2025, entrou para a história como o dia em que o povo brasileiro foi às ruas dizer que não aceita a PEC da Blindagem e que também recusa qualquer forma de anistia”.
São as palavras do redator do Brasil 247, professor Carlos Carvalho, que em artigo recente vibrou com os atos do dia 22 de setembro, que, segundo ele, representa o melhor exemplo de “como as democracias vivem”.
Para novo registro, não houve uma única panfletagem de convocação destes atos. A convocação foi feita pela Globo e as ONGs de plantão que surgem absolutamente do nada com recursos financeiros ultra superiores a qualquer sindicato. Todo mundo viu o filme novamente, dos atos apartidários e cívicos em torno de uma campanha da Globo.
Salário mínimo real? Direito ao aborto? Legalização de todas as drogas, fim da PM ou pleno emprego? Não. A “pauta” era repressiva: acabar com o foro privilegiado dos parlamentares, que serve, justamente, para evitar perseguição política disfarçada de investigação criminal; e a defesa da prisão para Bolsonaro e todos os bolsonaristas já presos, tenham ou não cometido qualquer crime, não interessa, é a nova inquisição.
Por certo, embora grandes manifestações, convocadas pela Globo, não se trata da defesa da democracia, muito pelo contrário. A ideia é deixar o Supremo Tribunal Federal (STF) chantagear o Congresso Nacional, que, embora seja um parlamento horrível, pelo menos os que lá estão foram votados, ao contrário dos biônicos do STF.
Diz, nosso colunista que “as manifestações de domingo serviram, entre inúmeras outras coisas, para demonstrar como as democracias vivem. E não há nada mais belo na democracia do que o povo na rua, exigindo que seu voto seja respeitado. Muitos extremistas dormiram em desespero e continuam se debatendo por aí, pois sabem que não há escapatória para os crimes que os ídolos da ‘massa cheirosa’ cometeram. A justiça fez a sua parte e agora cabe ao povo, como demonstrado no domingo, respaldar a decisão e exigir que ela seja mantida, sem espaço para esse cansativo mimimi de ‘coitadinhos, vendedores de pipoca e sorvete’, o que nos faz lembrar uma canção da genial Angela Ro Ro: ‘Coitadinha, Bem feito!’”.
Neste pequeno trecho é fácil perceber que o autor não entendeu o que aconteceu e o que está para acontecer. A esquerda, que pena para fazer um ato de 1º de Maio com cinco mil pessoas teria, por um milagre, levado 40 mil pessoas em uma atividade, sem um único panfleto distribuído. Claro que não.
O ato, de fato, mostrou como vivem as democracias: controladas pelo imperialismo e por sua imprensa golpista. E isso desde sempre. Também mostrou que vários setores da esquerda estão prontos para o golpe, dispostos, uma vez mais, a fazer papel de palhaço na manobra do imperialismo.
A prisão de trabalhadores e inocentes sempre foi alvo de protestos da esquerda. Agora o jogo virou e é a própria esquerda que diz que esse tipo de protesto é mimimi. Que venham os crimes e as penas, mesmo que não seja essa esquerda cheirosa que detenha a chave da cadeia.
Totalmente embriagado pelas mulheres negras apresentadoras do Globo News e outras intelectuais da Johnnie Walker, o redator afirma que “a sociedade brasileira está atenta. O povo grita nas ruas: ‘Sem anistia!’. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”, sem saber que ele é que é o “gado” que tanto se fala, totalmente manipulado pelos interesses do imperialismo no Brasil, a caminho de outro abate.





