Na tarde deste sábado (1º), centenas de alunos das mais diversas partes do Brasil — e até do exterior — iniciarão os estudos sobre a política revolucionária da Oposição de Esquerda e da Quarta Internacional diante da burocracia contrarrevolucionária que tomou conta da União Soviética em 1924. O curso Bolchevismo e Stalinismo, da Universidade Marxista, analisará em detalhes a política apresentada por Leon Trótski e seus seguidores durante os anos que se seguiram após a morte de Vladimir Lênin, o mais importante dirigente da Revolução Russa de 1917.
A atividade é parte do conjunto de homenagens do Partido da Causa Operária (PCO) à figura de Leon Trótski em 2025, cujo assassinato completou 85 anos em agosto. Entre as atividades promovidas pelo Partido, ocorreu um jantar em homenagem ao líder bolchevique.
O curso será ministrado por João Jorge Pimenta, dirigente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), que estreou na Universidade Marxista com o curso O renegado Kautsky, oferecido pela plataforma no ano passado. Naquele momento, o Partido homenageava Vladimir Lênin, cuja morte havia completado cem anos. A morte de Lênin é um dos acontecimentos mais importantes para o golpe de Estado dado pela burocracia stalinista que será analisado por Pimenta no curso Bolchevismo e Stalinismo.
Colaborador ativo na imprensa partidária e estudante de Letras na USP, João Pimenta é também autor do livro A Era da Censura das Massas. Em 2022 e 2024, foi candidato a deputado federal e a prefeito de São Paulo, respectivamente. Em 2023, tornou-se alvo de processos impetrados por deputados bolsonaristas que protestaram contra a sua defesa da luta de libertação nacional do povo palestino. Na época, o jovem pediu uma salva de palmas para aos guerreiros que lutam de armas nas mãos contra o sionismo e que acabam de conquistar uma vitória espetacular com o acordo de cessar-fogo.
O curso se debruçará sobre as raízes da luta contra a burocracia soviética, um combate que se intensificou após a morte de Lênin. Um dos marcos dessa resistência é o Manifesto dos 46 (ou Declaração dos 46), publicado em 15 de outubro de 1923, e a futura formação da Quarta Internacional.
Hoje, o chefe da burocracia soviética, José Stálin, é visto, em geral, como uma figura extremamente negativa entre a esquerda — à exceção de alguns saudosistas do stalinismo. No entanto, na época em que a burocracia se formou, esta impressão não era generalizada, o que obstaculizou o desenvolvimento dos movimentos liderados por Leon Trótski.
Stálin era, para muitos setores dentro da Rússia e em vários países no mundo, venerado como se ele fosse um deus. Era idolatrado no sentido mais literal da palavra e uma figura praticamente intocável, até os últimos tempos de sua vida.
Muitos intelectuais importantes dos anos de 1930 a 1950 tinham uma veneração por Stálin. O filho de Graciliano Ramos afirmou que só viu o pai dele chorar uma vez, que foi quando Stálin morreu. Os partidos comunistas europeus e o Partido Comunista Brasileiro tinham uma popularidade extraordinária naquele momento depois da guerra. Grande parte deste prestígio vinha porque Stálin aparecida o homem que havia derrotado o nazismo na Europa.
Uma série de acontecimentos futuros, no entanto, contribuíram para que as ilusões sobre o stalinismo fossem desfeitas. Em 1953, quando morre Stálin, há um levante na cidade de Berlim Oriental, mostrando que havia um conflito entre a classe operária e o stalinismo. Em 1956, três anos depois, ocorre a revolução na Hungria, que é esmagada pelos tanques soviéticos, o que causa também uma comoção muito grande no meio dos partidos comunistas. E, finalmente, em 1968, ocorre o levante da Checoslováquia, que também é esmagado pelos tanques soviéticos. Esses fatos aceleraram a destruição do mito do stalinismo.
Durante os anos em que o stalinismo viva o seu auge reacionário, havia homens de muita convicção que lutavam contra os rumos da União Soviética naquele momento. E é a política desses homens, liderados pelo grande fundador do Exército Vermelho, Leon Trótski, que será estudada a fundo durante dois dias no curso Bolchevismo e Stalinismo.
Conforme o curso irá demonstrar, o stalinismo é, na verdade, o oposto do bolchevismo, caracterizado pela ausência total de coerência programática. Seu “programa” era a permanente adaptação à necessidade da burocracia soviética, evidenciada pelas guinadas políticas de Stálin, desde a tese do “socialismo em um só país” até a aliança com o nazismo e a defesa dos interesses da burguesia.os revolucionários que viriam, como a Revolução Espanhola (1936) e a greve geral na França.
Nos dias 1º e 2 de novembro, participe do curso que irá desmistificar o stalinismo! Inscreva-se agora mesmo pelo portal da Universidade Marxista.





