Líbano

Comandante palestino e sua família são martirizados por ‘Israel’

Nascido em Gaza, Hassan Ahmad Farhat comandava operações no setor oeste do Líbano, coordenando ações contra as forças sionistas a partir da fronteira sul

Na última quinta-feira (3), um ataque aéreo do Estado de “Israel” assassinou o comandante das Brigadas Al-Qassam Hassan Ahmad Farhat, conhecido como Abu Yasser, junto de seu filho Hamza e sua filha Jinan, em um apartamento em Saida, cidade no sul do Líbano, longe do palco de batalhas e em um país com o qual a entidade sionista não está formalmente em guerra, o que constitui uma invasão criminosa do território libanês. O bombardeio, executado por um veículo aéreo não tripulado (VANT) do enclave imperialista na rua Dalaa, foi confirmado pelo Hamas e pelas Brigadas, que destacaram a relevância de Farhat na Resistência Palestina. No mesmo dia, em Gaza, a ofensiva de “Israel” matou ao menos 112 palestinos em 24 horas, incluindo 33 em uma escola, enquanto o genocídio contra o povo palestino segue sem trégua.

Hassan Farhat era uma figura central nas Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, reconhecido por sua liderança e dedicação à luta pela libertação da Palestina. Segundo a nota oficial das Brigadas divulgada na sexta-feira (4), ele foi “um comandante mártir” cuja morte em “um covarde assassinato” não abalará a resistência.

Nascido em Gaza, Farhat comandava operações no setor oeste do Líbano, coordenando ações contra as forças sionistas a partir da fronteira sul. Informações do jornal israelense Yedioth Ahronoth indicam que ele era originário de Na’iliya, vila ocupada por “Israel” em 1948, e atuava em Jabalia antes de se estabelecer no Líbano.

Sua trajetória inclui anos de enfrentamento ao país artificial, com participação em operações que desafiaram a superioridade militar do inimigo. A emissora libanesa Al Mayadeen informou que Farhat era alvo prioritário da ditadura sionista, evidenciando sua importância no comando militar do Hamas fora da Palestina ocupada.

O porta-voz das Brigadas Al-Qassam Abu Obeida reagiu ao assassinato em pronunciamento na sexta-feira (4), destacando o desespero de “Israel”. “O inimigo sionista, em sua fraqueza e confusão, recorre a uma política de assassinatos cada vez mais arriscada, tentando quebrar nossa resistência com atos covardes”, declarou. Ele alertou ainda: “essa escalada pode levar à morte de novos reféns, o que seria o golpe final para o governo criminoso de Netaniahu, que desmoronaria sob o peso de sua própria arrogância”.

Abu Obeida também celebrou a resistência em Gaza, afirmando que, na última segunda-feira (31), os combatentes destruíram 60 veículos militares israelenses em três dias, incluindo 10 blindados, e executaram uma emboscada no sábado (29) com explosivos antipessoais, causando “graves ferimentos” aos soldados sionistas. “Ouvimos os gritos e pedidos de socorro do inimigo”, relatou, sublinhando os fracassos militares de “Israel”.

Em Gaza, a guerra atingiu níveis devastadores. Na última quinta-feira (3), um ataque à Escola Dar Al-Arqam, no leste da Cidade de Gaza, resultou no assassinato de 33 mártires, sendo 18 crianças, conforme o Ministério de Imprensa do governo local. Mais de 100 ficaram feridas no abrigo de deslocados.

O repórter da emissora catarense Al Jazeera Hani Mahmoud descreveu: “algumas imagens são horríveis demais para serem exibidas — são cenas profundamente perturbadoras. Muitos morreram no local, e outros sucumbiram aos ferimentos a caminho do Hospital al-Ahli, em ambulâncias ou veículos civis”. Outros alvos incluíram a usina de dessalinização Ghabayen e um hospital em Jabalia, onde um bebê recém-nascido foi morto.

O Ministério da Saúde de Gaza informou 86 mortos e 287 feridos em 24 horas, elevando o total desde 7 de Outubro para 50.609 mortos e 115.063 feridos. A Assessoria de Imprensa estima 61.700 mortos, contando os soterrados.

Os bombardeios continuaram intensos na sexta-feira (4). No bairro Shuja’iyya, a leste da Cidade de Gaza, artilharia e ataques aéreos foram registrados, enquanto no bairro Zaytoun, ao sul, as forças sionistas prosseguiram com a destruição. Em Khan Iunis, no bairro Manara, um edifício residencial foi atingido, matando 17 pessoas, segundo Al Mayadeen, com chamados urgentes por ambulâncias.

O cerco total imposto há um mês bloqueia ajuda humanitária, fechando padarias e levando o sistema de saúde ao colapso. A ONU informa que passam de 280 mil deslocados desde 18 de março, com ordens de evacuação no sul da Cidade de Gaza.

O Hamas denunciou o ataque à escola como “crime atroz” e “genocídio deliberado”, acusando o “governo fascista de Netaniahu” e o “silêncio internacional vergonhoso”. O Hesbolá, por sua vez, declarou: “a brutal agressão da ocupação israelense contra a Palestina e Gaza expõe a incapacidade do inimigo de quebrar a vontade de resistência”. A morte de Farhat no Líbano, somada à ofensiva em Gaza, evidencia a escalada da ditadura sionista, que, segundo Abu Obeida, caminha para um colapso iminente.

Gostou do artigo? Faça uma doação!