O penúltimo dia da 53ª Universidade de Férias e Acampamento de Férias da AJR, em Sorocaba (SP), começou com o tradicional e reforçado café da manhã, servido aos participantes no refeitório do hotel-fazenda. Logo em seguida, todos se dirigiram ao saguão principal, onde acontecem as aulas da Universidade Marxista. A atividade do dia tratou de um dos temas mais centrais do marxismo revolucionário: a teoria da Revolução Permanente, formulada por Leon Trótski.
A aula foi ministrada pelo presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, e despertou grande interesse dos participantes. Ao final da exposição, vários companheiros expressaram suas impressões sobre o conteúdo apresentado e a forma como a teoria revolucionária foi transmitida.
A simpatizante Cleudimar, direto de Fortaleza, declarou:
“Eu achei a aula magnífica, inclusive essa pergunta sobre o sionismo, que a gente sempre tem dúvidas sobre isso, né? Achei magnífica. O Rui sempre esclarece muito bem. Foi a partir do momento que eu comecei a assistir às lives dele no canal que passei a ter um entendimento melhor sobre política e comecei a querer fazer parte desse grupo que estuda política. Então, achei a aula hoje muito esclarecedora.”
Já Marina destacou a continuidade com os temas abordados no dia anterior e a profundidade teórica da atividade:
“Teve continuidade do assunto da aula de ontem, principalmente sobre a questão da revolução permanente. E hoje a gente viu uma outra etapa disso, com a formulação do documento do Trótski sobre as 14 teses, explicando como é que aconteceria uma revolução socialista, a necessidade da ditadura do proletariado, que precisa ser fruto da união dos camponeses com os operários, que precisa ser internacional e contínua para se consagrar como uma revolução operária. Eu achei bem interessante tanto a explicação do Rui quanto a forma como o Trótski escreve sobre isso. Fica bem claro a diferença entre um governo operário que realiza uma revolução mas que não consegue avançar — como é o caso hoje de Cuba ou Venezuela — porque encontra a trava de não ter o apoio de outros países. Só será possível concretizar a emancipação operária quando essa barreira for superada e a revolução acontecer de forma internacionalista.”
Outro participante, Maurício, ressaltou o caráter realista da análise exposta na aula:
“Achei a aula bem esclarecedora da perspectiva de como se dá uma revolução. Acho que ela quebra um pouco uma certa imaginação que a gente tem do processo e mostra que é mais uma questão de condições concretas que vão levando a uma situação revolucionária. Essa perspectiva eu não tinha, e acho que foi um grande aprendizado nesse sentido.”
Após a aula, foi servida uma deliciosa feijoada, com opção sem carne de porco voltada especialmente aos companheiros muçulmanos que participam da atividade. A tarde ensolarada proporcionou um momento de lazer coletivo, com crianças brincando, jovens conversando e militantes aproveitando para reforçar os vínculos construídos durante a semana de formação política.
Ao cair da noite, um jantar com temática junina esquentou o ambiente com pipoca, doces caipiras e o tradicional cachorro-quente dos arraiás. A decoração também ajudou a compor o clima da festa.
A grande novidade da noite ficou por conta da banda Cracked Skull, grupo de metal vindo diretamente de Itaúna (MG) para se apresentar em Sorocaba. Com visual marcante e músicas autorais, o grupo trouxe ao palco a potência do som pesado com letras carregadas de crítica social. O show foi um verdadeiro sucesso e contagiou os participantes, que dançaram, cantaram e vibraram durante toda a apresentação.
A banda Revolução Permanente, composta por militantes do Partido da Causa Operária, encerrou as apresentações com seu repertório reportório, incluindo canções autorais e música de protesto.





