Palestina

Colonos roubam ovelhas após atacar palestinos na Cisjordânia

No mesmo dia, outro ataque ocorreu na comunidade de Arab al-Malihat, ao norte de Jericó

Na última terça-feira (15), colonos israelenses atacaram um jovem pastor palestino em Wadi Qelt, oeste da cidade de Jericó, na Cisjordânia ocupada, e roubaram 250 ovelhas pertencentes a seu pai. Segundo um ativista beduíno local, entrevistado pela agência de notícias palestina Wafa, os colonos destruíram o celular do pastor antes de levar o rebanho, deixando a vítima sem meios de pedir ajuda.

No mesmo dia, outro ataque ocorreu na comunidade de Arab al-Malihat, ao norte de Jericó, onde colonos, apoiados por soldados sionistas armados, invadiram a área em três frentes com o objetivo de expulsar palestinos de suas terras. Não há relatos de vítimas fatais, mas a violência intensificou o clima de medo entre os moradores. A agência Wafa informou que tais ações são frequentes na região, visando forçar a saída de comunidades beduínas.

Dados da ONU mostram que, em 2024, ataques de colonos na Cisjordânia aumentaram 40%, com 1.253 incidentes registrados, incluindo agressões, destruição de propriedades e roubo de gado. Desde outubro de 2023, 14 mil palestinos foram deslocados na região, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). A ONG israelense B’Tselem relatou que colonos, muitas vezes protegidos pelo exército sionista, destruíram 2,1 mil hectares de terras agrícolas em 2024, visando expandir assentamentos.

A violência em Jericó ocorre sob a gestão do primeiro-ministro sionista Benjamin Netaniahu, cujo governo apoia a expansão de colônias, consideradas ilegais pelo direito internacional. Em julho de 2024, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou que a ocupação da Cisjordânia viola a Convenção de Genebra, exigindo a retirada dos colonos. Apesar disso, o enclave imperialista planeja construir 5 mil novas unidades habitacionais em 2025, conforme a rede catarense Al Jazeera.

Os ataques contra pastores e comunidades beduínas agravam a crise humanitária na Cisjordânia, onde 3,5 milhões de palestinos vivem sob ocupação. A perda de rebanhos, principal fonte de renda para famílias como a do pastor de Wadi Qelt, é parte da tática da ditadura sionista de inviabilizar a sobrevivência dos palestinos em suas terras.

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